A maioria dos diretores da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou, nesta 6ª feira (4.jun.2021), a autorização excepcional e temporária para uso e importação das vacinas contra a covid-19 Covaxin (da Índia) e Sputnik V (da Rússia).
Fica liberada a compra e distribuição dos imunizantes, porém com restrições. Isso significa que cada aquisição de doses deverá ser autorizada pela agência individualmente. A autorização poderá ser cancelada pela Anvisa a qualquer momento.
Para que a compra das vacinas fosse autorizada eram necessários ao menos 3 votos dos 5 diretores da agência. A reunião durou 7 horas e 20 minutos.
Votaram pela liberação das vacinas Covaxin e Sputnik V os diretores:
- Alex Machado Campos (relator);
- Rômison Rodrigues Mota;
- Meiruze Sousa Freitas;
- Antonio Barra Torres (presidente).
Votou contra a liberação das vacinas Covaxin e Sputnik V a diretora:
- Cristiane Jourdan.
Cristiane Jourdan, diretora da 3ª Diretoria da Anvisa, foi contra. “Há lacunas que deveriam ser sanadas pelo fabricante antes da importação, considerando o impacto que podem causar na qualidade da vacina”, afirmou sobre a Sputnik V.
Meiriuze ponderou que já há a liberação de uso de vacinas sem registros na Anvisa devido à gravidade da crise sanitária no país. Disse que a agência tem condições de acompanhar os efeitos das substâncias durante a campanha de vacinação da população. “O Plano Nacional de Imunização do Brasil é um referencial no mundo não só pela aplicação de vacinas, mas também pelo monitoramento da aplicação dos imunizantes”, disse a diretora durante o seu voto.
Com a liberação dessas vacinas, chega a 6 o número de vacinas contra covid-19 com uso autorizado no Brasil. Antes, a Anvisa já havia liberado as vacinas CoronaVac, AstraZeneca/Fiocruz, Pfizer e Janssen.
A Covaxin foi liberada para ser importada pelo Ministério da Saúde, que tem contrato para compra de 20 milhões de doses.
A Sputnik V poderá ter doses importadas diretamente pelos Estados. A representante desse imunizante no Brasil é o laboratório União Química.
Os diretores da Anvisa já haviam negado pedidos para importação das duas vacinas.
Em 31 de março, a agência negou o pedido do Ministério da Saúde para a importação e uso emergencial da Covaxin. Os diretores justificaram na ocasião dizendo que não foram entregues 3 documentos necessários para a aprovação da solicitação. Segundo a agência, não foram apresentados o relatório técnico da avaliação da vacina emitido ou publicado pela autoridade sanitária indiana; certificados de liberação dos lotes a serem importados; e licenciamento de importação.
Já a Sputnik V foi barrada pela Anvisa em 26 de abril. A solicitação tinha sido assinada pelos governos de Acre, Alagoas, Amapá, Bahia, Ceará, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Rondônia, Sergipe e Tocantins. Os diretores consideraram que havia falhas no desenvolvimento, na qualidade e na segurança do imunizante.
Fonte: Poder360
Coronavírus