[dropcap]O[/dropcap] presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse não "ver espaço" para a discussão de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Líderes da oposição têm defendido a saída da petista com base nos escândalos de corrupção envolvendo a Petrobrás, que ainda não tem nenhuma prova do envolvimento de Dilma. Manifestações marcadas pela internet estão previstas para ocorrer no dia 15 de março.
"Não vejo espaço para isso [pedido de impeachment da presidente].Não concordo com esse tipo de discussão e não terá meu apoiamento", afirmou o parlamentar, tido como desafeto do Palácio do Planalto. "Existe uma diferença muito grande entre você ter qualquer tipo de divergência ou forma como atuar com independência. Mas o governo que aí está legitimamente eleito. Não dá para você, no início do mandato, querer ter esse tipo de tratamento neste processo", afirmou.
A fala de Cunha ocorre após o líder do PMDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PB), afirmar no começo da semana que o assunto não poderia ser considerado 'golpismo'. Na ocasião o parlamentar tucano chegou a discutir com o petista Lindbergh Farias (RJ).
Cunha autorizou a criação de uma CPI na Câmara para investigar o esquema de corrupção na Petrobrás. Após o recesso de Carnaval, o presidente da Casa disse que instalará a comissão e indicará nomes para compô-la, caso os partidos não façam isso. "Quem não tiver indicado, eu vou indicar. Isso será uma prática normal aqui, a gente conceder os prazos e os partidos que não indicarem, nós vamos substituir, indicar e, depois, eles substituem, se assim entenderem", explicou o presidente.
Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA), candidato derrotado na disputa pela liderança do PMDB na Câmara, ocupará o "principal posto" da CPI, segundo Cunha. O presidente, no entanto, não sinalizou se o deputado baiano ficará com a presidência ou a relatoria da comissão.
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