Quatro soldados israelenses foram mortos neste domingo (8) quando um palestino, apresentado por Israel como simpatizante do grupo Estado Islâmico (EI), atropelou com um caminhão um grupo de militares em Jerusalém oriental, o último ataque de uma onda de violência iniciada no outono de 2015.
O motorista do caminhão foi identificado pela imprensa palestina como um morador de Jerusalém oriental, a parte palestina da cidade ocupada e anexada por Israel desde 1967.
Ele foi morto a tiros no local, informou a polícia israelense. Quinze soldados ficaram feridos, incluindo um gravemente, indicaram os serviços de emergência.
O primeiro-ministro israelense Benajmin Netanyahu afirmou que o autor do ataque era um simpatizante do EI. "Conhecemos a identidade do atacante que, segundo todas as indicações, apoia o EI", declarou.
"Sabemos que os atentados se sucedem, da França a Berlim e agora em Jerusalém, e é provável que há uma ligação entre eles", afirmou, segundo seus serviços. Os soldados mortos são três jovens mulheres e um homem com cerca de 20 anos, segundo a mesma fonte.
O ataque aconteceu no início da tarde ao longo de um passeio público que oferece vista sobre a Cidade Antiga de Jerusalém.
Um grupo de soldados israelenses descia de um ônibus para realizar uma visita quando o motorista do caminhão "acelerou na direção deles", informou um porta-voz da polícia israelense, Micky Rosenfeld.
"No momento atual, excluímos a hipótese de acidente", acrescentou.
O caminhão de transporte de mercadorias terminou sua corrida no gramado, perto do ônibus. Impactos de balas eram visíveis em seu para-brisa.
A identidade do motorista não foi revelada pela polícia israelense, mas segundo as autoridades palestinas, trata-se de um palestino de cerca de vinte anos do bairro de Jabal Moukaber, em Jerusalém oriental. Um dos guias do grupo de soldados disse à AFP que ouviu soldados gritando e viu o caminhão à beira da estrada.
"Eu ouvi soldados gritando", declarou Lea Schreiber. "Eu vi um caminhão do lado da estrada e soldados atirando em sua direção", acrescentou.
Fawzi Barhum, porta-voz do Hamas islamita palestino, inimigo de Israel, comemorou o ataque como um ato "heróico".
Onda de ataques em Israel
Em Israel, Jerusalém e a Cisjordânia ocupada tem havido desde setembro de 2015 uma onda de ataques palestinos, em sua maioria cometidos com armas brancas e, em alguns casos, com armas de fogo ou utilizando carros para atropelar pedestres.
Antes do ataque deste domingo, a onda de violência, que havia baixado de intensidade nos últimos meses, tinha causado a morte de 247 palestinos, 40 israelenses, dois americanos, um jordaniano, um sudanês e um eritreu, segundo contagem da AFP.
A maioria dos palestinos mortos eram jovens mortos por atacarem ou tentarem atacar militares ou civis israelenses. A tragédia deste domingo ocorre cinco dias após a condenação, muito midiatizada, de um jovem soldado israelense acusado de ter matado um palestiniano ferido.
O sargento Elor Azaria, de 20 anos, foi considerado culpado de homicídio voluntário por um tribunal militar israelense. Os juízes devem levar várias semanas antes de pronunciar a sentença contra o sargento, que enfrenta 20 anos de prisão.
Sete pessoas foram presas acusadas de violarem a ordem pública após organizarem um protesto não autorizado no sábado.
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