Vaqueiros, trabalhadores rurais e outros grupos protestaram na manhã desta terça-feira (11) em diferentes pontos da Bahia contra a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que considerou a vaquejada inconstitucional. Houve manifestações em Feira de Santana, em Barreiras, no oeste, em Vitória da Conquista, no sudoeste, e em Juazeiro, no norte baiano. Os defensores citam a tradição da vaquejada no Nordeste e os milhares de emprego ligados aos eventos do tipo por todo estado.
Em Feira de Santana, a Associação Baiana de Vaquejada (ABV) organizou uma carreta que saiu da BR-116 Sul e ocupou uma das faixas da BR-324, chegando até a altura do Parque de Exposições. A previsão inicial era de fazer um bloqueio total do tráfego, mas os organizadores decidiram fazer uma carreata. Mais de mil pessoas e cerca de 200 veículos participaram da carreata, que foi o maior ato pró-vaquejada no estado hoje.
Em Juazeiro, houve manifestação pela manhã na Lagoa do Calú, seguindo até a ponte Presidente Vargas, onde aconteceu um encontro com vaqueiros de Pernambuco. Cerca de 500 pessoas participaram da ação.
Na cidade de Barreiras, mais de 100 manifestantes participaram de um protesto que bloqueou o Anel Rodoviário da BR-242. Já em Conquista, a manifestação aconteceu na BR-116, próximo à saída para Cândido Sales.
Na quinta-feira (6), o STF considerou que a vaquejada causa sofrimentos aos animais e derrubou uma lei do Ceará que regulamentava a atividade. A decisão serve de referência para todo o país e, assim, organizadores de vaquejadas podem ser punidos por crime ambiental e de maus-tratos a animais.
Na Bahia, uma lei estadual regulamenta a vaquejada como prática esportiva. O autor da lei, deputado estadual Eduardo Salles (PP), esteve no protesto em Feira de Santana. "Já conversei com o deputado federal Cacá Leão e outros parlamentares da bancada baiana e vamos para Brasília na próxima semana apresentar um documento, levando como modelo a legislação baiana, de minha autoria, para servir de base à construção da PEC (Proposta de Emenda à Constituição). Acreditamos que desta forma podemos aprovar no Congresso Nacional uma regulamentação federal e permitir a preservação da cultura da vaquejada", postou o deputado hoje.
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