Um voluntário brasileiro da pesquisa da vacina contra a covid desenvolvida em parceria pela Universidade de Oxford em parceria com a farmacêutica AstraZeneca morreu por complicações da covid-19. Não se sabe ainda se o homem havia recebido, de fato, a vacina em testes ou o placebo.
A morte foi revelada pelo jornal O Globo e confirmada pelo Estadão com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O órgão diz ter sido comunicado sobre o falecimento na terça-feira, 19. "Foram compartilhados com a agência os dados referentes à investigação realizada pelo Comitê Internacional de Avaliação de Segurança", disse a agência, em nota.
De acordo com a Anvisa, esse grupo de especialistas recomendou o prosseguimento dos estudos e o caso está em avaliação na agência reguladora brasileira. "É importante ressaltar que, com base nos compromissos de confidencialidade ética previstos no protocolo, as agências reguladoras envolvidas recebem dados parciais referentes à investigação realizada por esse comitê, que sugeriu pelo prosseguimento do estudo. Assim, o processo permanece em avaliação", afirmou.
A reportagem procurou a AstraZeneca e a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), responsável por coordenar os testes clínicos da vacina no Brasil, para mais esclarecimentos, mas ainda não recebeu resposta.
A vacina de Oxford está sendo testada no Brasil desde junho. A estimativa é que 10 mil voluntários brasileiros sejam incluídos no braço nacional do ensaio clínico. Metade deles tomará duas doses da vacina em testes e a outra metade receberá placebo.
A Anvisa informou que, "segundo regulamentos nacionais e internacionais de Boas Práticas Clínicas, os dados sobre voluntários de pesquisas clínicas devem ser mantidos em sigilo, em conformidade com princípios de confidencialidade, dignidade humana e proteção dos participantes" e disse estar "comprometida a cumprir esses regulamentos, de forma a assegurar a privacidade dos voluntários e também a confiabilidade do país para a execução de estudos de tamanha relevância".
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