O empresário Mário Seabra Suarez, que fechou delação premiada com o Ministério Público Federal (MPF), relatou supostas entregas de R$ 2 milhões na sede nacional do PT, no centro de São Paulo. Ele é alvo da Operação Sem Fundos, 56ª fase da Lava Jato, que investiga propinas nas obras da Torre Pituba, prédio onde funcionou a sede da Petrobras em Salvador.
O total da propina, segundo Suarez, era dividido: um terço ia para o comitê nacional do PT, representado por Vaccari; um terço para os operadores da Petrobras e do Petros (fundo de pensão da estatal); e o restante para o PT baiano, por meio do operador financeiro Carlos Daltro, ligado ao senador Jaques Wagner (PT-BA), ex-governador do estado.
A sede do PT já havia sido apontada pelo doleiro Alberto Youssef, que afirmou ao MPF ter levado R$ 800 mil para Vaccari, que nega recebimento de valores ilícitos oriundos do esquema.
A Operação Sem Fundos investiga suposto repasse de R$ 68 milhões em propinas para o PT e ex-dirigentes do fundo Petros e da Petrobras, com recursos da Torre Pituba. Os investigadores trabalham com a hipótese de superfaturamento de R$ 1 bilhão na obra – orçada em R$ 320 milhões, mas que custaram R$ 1,32 bilhão.
Em nota, o PT disse que a denúncia é “falaciosa, sem sentido e sem provas, que visa a atingir o PT, no momento em que as atenções do mundo se voltam para a denúncia do golpe do impeachment contra Dilma Rousseff, com a indicação para o Oscar do documentário Democracia em Vertigem”. Já Vaccari disse que o delator o acusa “de forma inverídica”. A defesa de Wagner lamentou que a imprensa teve acesso à delação antes dos advogados, “de modo que não comentará o assunto antes de acessar sua íntegra”. Os demais citados não foram localizados.
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