Israel e Hamas aceitaram nesta sexta-feira (25) um cessar-fogo com duração de 12 horas em Gaza. A trégua, que tem início neste sábado às 8h locais (2h de Brasília), foi intermediada pelo Secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry.
Mais cedo, uma proposta de um cessar-fogo mais longo, de sete dias, foi rejeitada pelo governo israelense, segundo a imprensa. Em entrevista coletiva no Cairo, onde as negociações vinham sendo costuradas, Kerry disse que a violência dos ataques terrestres não deve ser subestimada e que o mundo esperava sensibilidade de Israel.
O secretário de Estado disse que ainda espera conseguir um acordo para uma trégua "humanitária" de sete dias, que poderia levar a um cessar-fogo mais duradouro.
As declarações do secretário foram feitas depois de uma reunião de Kerry com o chanceler egípcio, Sameh Shoukry, e com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, que também defenderam a trégua de sete dias.
Ban reconheceu que houve progresso nas negociações pela paz em Gaza, mas ainda há muito trabalho pela frente.
Kerry ressaltou ainda que pretende realizar novas reuniões em Paris neste sábado com outras partes envolvidas, ainda com o objetivo de estabelecer a trégua.
'Dia de fúria'
Nesta sexta-feira, ativistas convocaram um "dia de fúria" em reação às mais de 800 mortes de palestinos na ofensiva israelense na Faixa de Gaza, enquanto crescem os esforços diplomáticos por um cessar-fogo no conflito. A convocação se seguiu a uma noite violenta na Cisjordânia, que até agora não vinha concentrando atos de violência ou grandes protestos relacionados à ofensiva em Gaza. Nos arredores da cidade de Ramallah, mais de 10 mil palestinos protestaram rumo a Jerusalém e enfrentaram soldados israelenses.
Ao menos dois palestinos morreram, e mais de 200 ficaram feridos do lado palestino e 29 do lado israelense. Também houve duas mortes em tiroteios nas cidades de Nablus e Hebron.
Israel aumentou a segurança na Cidade Velha de Jerusalém por conta das preces muçulmanas de sexta-feira, e homens palestinos com menos de 50 anos foram impedidos de entrar na mesquita de al-Aqsa. Se fala muito na possibilidade de uma terceira intifada (levante) palestina. "Isso não necessariamente acontecerá, mas a situação na Cisjordânia está entre os níveis mais tensos dos últimos cinco anos", relata o repórter da BBC.
Em Gaza, houve relatos de mais ataques aéreos realizados durante a madrugada; ao mesmo tempo, cidades israelenses ficaram em alerta por conta de disparos de foguetes do Hamas. Pelo menos 35 israelenses (dois deles civis) e um tailandês, atingido por um foguete palestino, também perderam a vida na onda de violência até agora.
Fonte: BBC
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