A Agência Nacional de Pesquisa e de Resgate (Basarnas) divulgou nesta segunda-feira (17) imagens do local onde foram localizados destroços do avião da Trigana Air Service que caiu com 54 pessoas no domingo (16). A aeronave também transportava malotes com o equivalente a US$ 470 mil de ajuda governamental.
[caption id="attachment_22843" align="aligncenter" width="620"] Vista aérea mostra abertura na mata com destroços identificados como do avião desaparecido da Trigana Air em Oksibil, na ilha de Papua, Indonésia (Foto: AP/Agência Nacional de Busca e Resgate da Indonésia)[/caption]
Esta é a terceira catástrofe aérea em menos de um ano no país do sudeste asiático. As autoridades não sabem se há a possibilidade de sobreviventes.
O avião, um ATR 42 (biturbopropulsor) da companhia Trigana Air, perdeu o contato com a torre de controle no domingo pouco antes das 15h locais (3h de Brasília), depois de decolar da capital da província de Papua, Jayapura, com destino a Oksibil.
No início da manhã desta segunda-feira, um avião seguiu para sobrevoar a área onde foram encontrados os destroços da aeronave perto de Oksibil, informou à AFP o porta-voz do ministério dos Transportes, J.A. Barata. O avião transportava 49 adultos, incluindo cinco integrantes da tripulação, e cinco crianças.
Dez minutos antes do horário do pouso, o piloto entrou em contato com a torre de controle e pediu autorização para a aterrissagem, afirmou o capitão Beni Sumaryanto, diretor de operações da Trigana Air.
[caption id="attachment_22842" align="aligncenter" width="640"] Região onde foram encontrados destroços é coberta por uma vegetação densa 2 (Foto: Basarnas/ Divulgação)[/caption]
Mas o avião não chegou ao destino e, meia hora depois, a companhia aérea indonésia ordenou a outra aeronave que fizesse a mesma rota para localizar o aparelho desaparecido, declarou Sumaryanto.
"O tempo estava muito ruim, o avião não conseguiu encontrar o outro e retornou a Sentani", afirmou Sumarynanto. "Oksibil é uma área montanhosa onde o tempo é muito imprevisível. De repente, pode ficar nublado, escuro e com muito vento, sem aviso prévio", explicou.
"A região é escarpada e coberta por uma vegetação densa. Não há nenhuma estrada ou acesso", afirmou um porta-voz do exército, Teguh Pudiji Rahardjo.
[caption id="attachment_22844" align="aligncenter" width="620"] Foto de arquivo de dezembro de 2010 mostra avião da Trigana Air Service ATR42-300, similar ao que desapareceu em Papua-Nova Guiné (Foto: AP Photo)[/caption]
O diretor do correio de Jayapura, Haryono, informou que a aeronave desaparecida também transportava malotes com 6,5 bilhões de rupias em dinheiro (US$ 470 mil), que seriam distribuídos entre famílias pobres.
"Quatro de nossos funcionários escoltavam o dinheiro", afirmou Haryono, que como muitos indonésios tem apenas um nome.
Nervosismo das famílias
No aeroporto de Jayapura, a companhia Trigana Air criou um centro de crise e parentes das vítimas exigem notícias sobre o acidente, em meio a um nervosismo crescente.
"Minha família e eu estamos aqui há várias horas. Queremos saber o que aconteceu com o meu irmão, Kepi Deal, que estava no avião", afirmou Rifan Wea, uma das quase 100 pessoas no aeroporto.
Outros acidentes
A Trigana Air é uma pequena companhia aérea fundada em 1991 que oferece voos internos para quase 40 destinos na Indonésia.
A companhia utiliza pequenas aeronaves na remota e montanhosa Papua. As más condições climáticas provocaram vários acidentes nos últimos anos.
Na quarta-feira (12), um avião Cessna da companhia indonésia Komala Air caiu no distrito de Yahukimo, em Papua, acidente que deixou um morto e cinco pessoas gravemente feridas. As autoridades atribuem o acidente ao mau tempo.
Em dezembro do ano passado, um avião da AirAsia, que seguia da cidade indonésia de Surabaya para Cingapura, caiu no mar de Java e matou as 162 pessoas a bordo.
A Indonésia tem um péssimo histórico na segurança aérea. O setor registra um forte crescimento, assim como a economia do país, e cada vez mais pessoas escolhem o avião para suas viagens dentro do imenso arquipélago. Mas as companhias aéreas têm dificuldades para encontrar técnicos e pilotos bem treinados para prosseguir com o crescimento do setor.
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