O Acidente Vascular Cerebral (AVC), popularmente conhecido como derrame cerebral, é a principal causa de incapacidade no mundo. Segundo dados do Ministério da Saúde, a cada cinco minutos um brasileiro morre em decorrência da doença, contabilizando mais de 100 mil mortes por ano. Esse número coloca o AVC em segundo lugar no ranking de enfermidades que mais causam óbitos no Brasil, atrás apenas das doenças cardiovasculares.
De acordo com um estudo multicêntrico publicado no periódico The Lancet em 2016, o Interstroke, 90% dos casos de AVC no mundo poderiam ser evitados se dez fatores de risco fossem adequadamente controlados, sendo eles: hipertensão, sedentarismo, obesidade, alimentação inadequada, colesterol elevado, diabetes, doenças cardíacas (principalmente uma arritmia chamada fibrilação atrial), alcoolismo, tabagismo e estresse.
O neurologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, Dr. Eli Faria Evaristo, explica que o acidente vascular cerebral é caracterizado pela perda rápida da função neurológica, decorrente do entupimento ou rompimento de vasos sanguíneos cerebrais. “Os sintomas mais comuns são a perda do movimento e sensibilidade de um lado do corpo, alteração de fala, perda de um dos campos visuais, perda repentina de equilíbrio, dor de cabeça muito intensa e de início súbito”, aponta o especialista.
Existem dois tipos de AVC: Isquêmico, quando ocorre o entupimento dos vasos que levam sangue ao cérebro e o Hemorrágico, que é quando há o rompimento do vaso, causando assim o sangramento no cérebro.
Mulheres que fazem o uso de anticoncepcionais devem redobrar a atenção
Em mulheres predispostas, especialmente aquelas com a combinação de enxaqueca e tabagismo, o uso de anticoncepcionais acrescenta maior risco de lesão vascular cerebral, principalmente causada pela trombose venosa cerebral. Nesta combinação de fatores de risco vascular ou predisposição genética, chamadas de trombofilias, o risco é ainda maior. “O uso de anticoncepcionais orais é algo que requer orientação médica, com uma avaliação de risco para o seu uso”, pontua Dr. Eli.
Diagnóstico e Tratamento
A recomendação do especialista é que o diagnóstico seja realizado por meio de exames de imagem, tomografia computadorizada e ressonância magnética, que permitem ao médico identificar a área do cérebro afetada e o tipo de AVC.
“É importante que o atendimento ao paciente com AVC seja rápido e em local com estrutura adequada. Quanto antes for iniciado o tratamento, melhor. As maiores chances de recuperação ocorrem quando o paciente recebe os devidos cuidados logo nas primeiras horas”, aponta Dr. Eli Faria.
O tratamento e reabilitação do paciente deverá ser feito individualmente, levando em conta as particularidades de cada um. “Cerca de dois terços dos pacientes que sobrevivem ao AVC ficam com algum comprometimento de sua função neurológica, seja na movimentação, fala, equilíbrio, memória ou visão”, explica o neurologista. Já existem recursos terapêuticos que podem auxiliar na restauração das funções afetadas. Para o sucesso no tratamento, é fundamental que o paciente seja avaliado por uma equipe multidisciplinar de profissionais da saúde, incluindo fisioterapeutas, fonoaudiólogos, médicos, enfermeiros, psicólogos, nutricionistas e outros.
Segundo o especialista, a melhor forma de se combater um AVC é com prevenção. Uma boa dieta, associada à pratica regular de exercícios físicos, o controle da pressão arterial, do diabetes, do colesterol e dos triglicerídeos, além da redução da ingestão alcoólica e cessação do tabagismo, diminuem as chances de o indivíduo ter a doença.
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