O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, afirmou que a vacinação contra a Covid-19 no Brasil pode começar em dezembro ou no início do ano que vem, entre janeiro e fevereiro.
Pazuello condicionou o começo da campanha de vacinação à aprovação emergencial da vacina da Pfizer junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O imunizante é desenvolvido pela farmacêutica norte-americana e pelo laboratório alemão BioNTech.
“Se a Pfizer conseguir a autorização emergencial e a Pfizer nos adiantar alguma entrega, isso [início da vacinação] pode acontecer no final de dezembro ou em janeiro. Em quantidades pequenas, de uso emergencial”, afirmou o ministro em entrevista ao canal CNN Brasil.
Pazuello detalhou entregas já previstas, para o início de 2021. “O que tem de previsão? 15 milhões de doses da AstraZeneca, e 500 mil doses iniciais da Pfizer, para janeiro. Com relação ao Butantan [em referência à vacina CoronaVac, produzida pela chinesa Sinovac, em parceira com o instituto], eu ainda não tenho o número de disponibilidade para janeiro. Se nós observarmos isso, é bem provável que, entre janeiro e fevereiro, nós estejamos vacinando a população brasileira”, acrescentou.
“Pfizer, Butantan ou AstraZeneca”
Embora Pazuello tenha citado a vacina da Pfizer como uma das apostas do governo para o início da vacinação, o ministro não descartou outros imunizantes, afirmando que o governo federal irá comprar “qualquer vacina que estiver registrada na Anvisa, comprovando sua eficácia e segurança”.
“[A entrega] pode acontecer com Pfizer, Butantan ou AstraZeneca”, afirmou Pazuello na entrevista. “Os quantitativos dependem da entrega.”
O anúncio do plano federal ocorre um dia após um desentendimento entre Pazuello e João Doria, governador de São Paulo, por conta da CoronaVac, aposta do governo paulista contra a Covid-19. No início desta semana, Doria anunciou que a vacinação em São Paulo começará no dia 25 de janeiro, embora a vacina ainda não tenha sido registrada pela Anvisa.
Hoje, Pazuello afirmou que não há nenhum atrito entre Ministério da Saúde e o Instituto Butantan, ligado ao governo de São Paulo. O ministro considerou a conversa entre ele e o governador João Doria como “polida e cortês”.
“Temos um memorando de entendimento em vigor com o Butantan. Nós vamos adquirir as vacinas produzidas que forem registradas. O Butantan é o principal fornecedor de vacinas para o SUS. Não há nenhum tipo de atrito com o Butantan”, afirmou o ministro.
Plano de vacinação do governo
De acordo com Pazuello, o plano de aplicação da vacina contra Covid-19 no Brasil foi finalizado nesta quarta (9), após quase três meses de preparo. O plano é um documento de 95 páginas, que detalha a distribuição da imunização e toda a operação logística para que as doses cheguem aos postos de saúde nos mais de 5 mil municípios brasileiros.
O ministro disse que a vacinação contra a Covid-19 será incluída no Programa Nacional de Imunização (PNI) e usará a mesma logística já operacionalizada pelo Sistema Único de Saúde (SUS). “O SUS trabalha de forma tripartite, com estados e municípios, e cada um já tem sua função dentro desse programa”, disse o ministro.
Pazuello afirmou que o PNI é o “maior programa nacional de imunização do mundo”. O ministro detalhou que o Ministério da Saúde distribuirá as doses primeiramente aos estados por via aérea e rodoviária. Segundo ele, o governo federal já está com tratativas avançadas junto a companhias aéreas do país para garantir a distribuição das doses de forma eficiente. Pazuello deve detalhar ainda mais o plano nacional de vacinação nesta quarta.
InfoMoney
Coronavírus,Brasil