A denúncia de assédio moral e sexual por parte de um professor dentro do Campus XVIII da Universidade Estadual da Bahia (Uneb), na cidade de Eunápolis (a 650 km de Salvador), que vem ocorrendo desde 2014, está sendo apurada por uma comissão de sindicância instaurada em julho deste ano.
Embora a Uneb não tenha informado o prazo final para que a comissão conclua o trabalho, o reitor José Bites afirmou que, desde quando a reitoria foi informada das acusações, "depois de ouvirmos um grupo de professores e estudantes, abrimos imediatamente o processo, considerando a importância do tema".
Bites salientou que, durante o andamento do processo, a comissão está impossibilitada de fornecer informações para não comprometer as investigações. No entanto, ele disse que o grupo está trabalhando na coleta de documentos e ouvindo depoimentos da comunidade acadêmica local.
O reitor esclareceu, ainda, que a instituição não aceita este tipo de comportamento e, caso as denúncias sejam comprovadas pela comissão, os responsáveis deverão ser penalizados. Também disse que a comunidade de Eunápolis pode se tranquilizar que a Uneb dará uma resposta aos fatos.
Ameaças
Estudante do curso de história e vice-coordenadora do Diretório Acadêmico Roda Viva, Cíntia Lima, entretanto, enfatizou que, apesar do trabalho da comissão, o professor apontado por estudantes e até mesmo por uma colega professora como autor do crime continua fazendo ameaças.
"Ele (o professor) passou de sala em sala tentando 'queimar' o nosso movimento e intimidando muitas alunas, inclusive eu, o que prejudica que outras estudantes façam a denúncia também", asseverou.
Mobilização
"A situação é gritante, e vários movimentos sobre o tema foram realizados no campus para debater e denunciar a situação, mas estamos nos sentindo rechaçadas", disse Cintia Lima.
Para ela, está faltando segurança: "Por isso, estamos fazendo um apelo aos movimentos sociais, pois a situação é gravíssima".
A Secretaria Nacional de Casas de Estudantes (Sence) divulgou nota de repúdio aos casos de violência e abuso de poder denunciados, dando apoio às vítimas e cobrando "breve posição da universidade em relação aos casos de assédio e a insegurança descrita".
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