A catástrofe que o mundo assiste na Itália por conta do Covid-19, o novo coronavírus, deve servir de alerta para os profissionais de saúde no Brasil. O governo italiano informou, neste domingo (22), que 4.826 profissionais de saúde foram infectados pelo vírus.
Esse dado representa 8% de todas as pessoas que contraíram a Covid-19 na Itália, e mais de 30% do total de profissionais que atuam no combate à pandemia no país. Até este domingo, 59.138 pessoas haviam sido infectadas na Itália. Mesmo com a desaceleração das mortes, a média de óbitos por dia no país é de 651 pessoas. Um total de 5.476 morreram desde o início no surto na Itália.
Brasil em alerta
O alto índice de profissionais da saúde que foram infectados no país europeu serve de alerta para os brasileiros. Em muitos locais, as condições de trabalho não são adequadas e algumas decisões equivocadas de gestão acabam expondo os próprios profissionais que têm a missão de ajudar os pacientes.
A transmissão do vírus para os profissionais que estão na linha de frente do atendimento, no combate direto à Covid-19, acaba sobrecarregando os que ainda resistem e deixa os serviços de saúde pública fragilizados, com menos eficiência. Esse reflexo pôde ser percebido e documentado na China e Itália, onde os maiores problemas ocorreram, tanto em número de cidadãos infectados quanto em baixas de profissionais de saúde que acabaram e tornando pacientes.
Em Jacobina (BA), equipe da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) pediu aos cidadãos: "Estamos aqui por vocês, fiquem em casa por nós". |
A perda dos profissionais de saúde para o coronavírus limitou a capacidade de atendimento em muitas províncias italianas e chinesas, e até potencializou a disseminação, visto o enfraquecimento técnico das equipes. Para preservar as unidades de saúde e os profissionais da linha de frente, o isolamento social das pessoas pode reduzir drasticamente a quantidade de infectados, fazendo com que o número de pacientes seja cada vez menor.
Justamente por isso, a recomendação é que as pessoas fiquem em casa e os estabelecimentos comerciais que gerem aglomerações fechem. Com menos pessoas infectadas, o risco de contágio dentro dos hospitais e demais unidades de saúde é menor. Além disso, ações das gestão das unidades, que minimizem os impactos e chances de infecção por parte dos colaboradores, são de extrema importância.
Por Robson Guedes
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