[dropcap]O[/dropcap] último debate antes das eleições, na TV Globo na noite desta sexta-feira (24), começou em alta tensão. O candidato Aécio Neves iniciou o programa perguntando se Dilma se orgulha da campanha "mais sórdida" dos últimos tempos e o que tem a dizer da reportagem da revista "Veja" que traz depoimento do doleiro Alberto Yousseff afirmando que Lula e Dilma sabiam dos desvios na Petrobras.
Dilma respondeu acusando Aécio de fazer uma campanha "extremamente agressiva". "Agora, essa revista, que fez e faz sistemática oposição a mim, faz uma calúnia e uma difamação e o senhor endossa. A revista "Veja" não apresenta nenhuma prova do que faz. Quero deixar aqui minha inteira indignação porque essa revista tem o hábito de nos finais de campanhas, na reta final, tentar dar um golpe eleitoral. e isso não é a primeira vez que ela fez", acusou Dilma, afirmando que irá à Justiça contra a publicação.
Aécio rebateu citando também a capa de outra revista, a IstoÉ, que fala de uma suposta campanha baixa do PT. "A delação premiada só traz ao réu benefício se ele apresentar provas, caminhos que levem à comprovação. Outra revista lança hoje na sua capa a revista a campanha da mentira, da infâmia...". Ele citou ainda apreensão de boletins contra sua candidatura em um comitê de Dilma e anúncios feitos no Nordeste afirmando que quem votasse no PSDB seria desligado no Bolsa Família.
Dilma então perguntou se Aécio concorda com frase de Armínio Fraga, "seu candidato a ministro da Fazenda", de que o salário mínimo estaria muito alto. Aécio diz que não é justo citar Armínio Fraga, que não pode se defender no momento. Ele apontou problemas na economia do Brasil, como inflação e baixo crescimento, dizendo que o governo Dilma "fracassou" na economia e dizendo que o país é "cemitério de obras inacabadas".
Porto em Cuba
O candidato do PSDB trouxe à tona o financiamento do governo do Porto Mariel em Cuba, afirmando que detalhes da negociação são secretos e querendo saber se o PT tem algo a esconder sobre o tema. Dilma rebateu afirmando que o governo mineiro na época de Aécio era quem escondia os gastos com as rádios da família Neves. Sobre o porto, Dilma disse que financiou uma empresa brasileira, com empregos brasileiros, e que Fernando Henrique Cardoso também financiou empresas do país em obras na Venezuela e em Cuba.
O "Minha Casa, Minha Vida", Pronatec e bancos públicos também foram discutidos. Dilma perguntou porque no governo do PSDB tão poucas escolas técnicas foram criadas e se Aécio teria a mesma mentalidade de Fernando Henrique quanto ao tema. Na resposta, Aécio ironiza e diz que Dilma "não conhece o Congresso nacional", depois da presidente dizer que ele era "líder do governo FHC". Houve palmas e vaias na plateia.
Ele citou denúncias contra o programa Pronatec, que não consegue mensurar as estatísticas de evasão de alunos.
Correio24h
Eleições,Notícias,Brasil