A informação foi confirmada por Marino D'Icarahy, advogado da ativista Elisa Quadros, conhecida como Sininho, e pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.
[caption id="attachment_3038" align="aligncenter" width="663"] Material apreendido na casa dos 19 ativistas presos na véspera da final da Copa[/caption]
A 27ª Vara Criminal emitiu, no total, 26 mandados de prisão para participantes de protestos. Nove destas pessoas não foram encontradas e são consideradas foragidas pela polícia. Além da OAB e da Anistia Internacional, o Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH-UERJ), o Movimento Nacional de Direitos Humanos (MNDH), a ONG Justiça Global, entre outras entidades, condenaram as prisões. Em nota pública, os políticos Chico Alencar, Jean Wyllis, Lindberg Farias, Marcelo Freixo e Luiz Eduardo Soares afirmaram que "foram golpeados direitos elementares individuais e de livre manifestação".
Segundo porta-vozes do Tribunal de Justiça fluminense, foram oficialmente concedidos hoje cinco habeas corpus que contemplam um total de 13 pessoas. O responsável pelas solturas é o desembargador Siro Darlan, da 7ª Vara Criminal.
As prisões foram realizadas na véspera da partida final da Copa do Mundo por meio da operação "Firewall 2". Segundo a Polícia Civil do Rio de Janeiro, foram mobilizados pelo menos 25 delegados, 80 policiais e até uma aeronave - usada para a busca de um dos acusados na cidade de Armação dos Buzios, no Rio de Janeiro. A Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI) está à frente do caso.
Um dos argumentos da polícia para a acusação de "formação de quadrilha armada" seria uma pistola encontrada na casa de uma das jovens presas. Entretanto, informação confirmada pelo delegado Fernando Veloso, chefe da Polícia Civil do Rio, aponta que um dos presos em flagrante seria na verdade o pai da jovem, que estaria com a documentação de porte de arma vencida. Ele foi preso em flagrante.
Além dele, outra pessoa que estava na casa de um dos acusados também foi levado para a Cidade da Polícia, no bairro do Jacarezinho, no Rio de Janeiro, por porte de maconha. Questionada sobre a quantidade apreendida, a informou que a pesagem não havia sido realizada.
Segundo D'Icarahy, a negociação para liberação destes presos em flagrante caminha "em passos mais lentos". Não há detalhes sobre a situação de outras 9 pessoas que também foram acusadas e são consideradas foragidas pela polícia. O Tribunal de Justiça informa que não tem a lista de nomes dos ativistas que tiveram pedidos de habeas corpus concedidos. A BBC Brasil teve acesso a uma das decisões judiciais, que contempla os habeas corpus dos seguintes presos: Rebeca de Souza, Bruno Machado, Emerson da Fonseca, Pedro Maia, Felipe de Carvalho, Felipe de Moraes e Rafael Barros.
Um grupo de 500 manifestantes ocupa, neste momento, a Avenida Presidente Antônio Carlos, no centro do Rio, em frente à sede do TJ-RJ. O ato, que pede "libertação das presas e presos políticos", foi convocado pelo Facebook e teve 5.700 confirmações.
Fonte: BBC Brasil
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