Em entrevista, a presidente afastada Dilma Rousseff fez duras críticas ao governo interino de Michel Temer e falou sobre a possível influência do deputado Eduardo Cunha na atual gestão. "O Eduardo Cunha é a pessoa central do governo Temer. Cunha não só manda, ele é o governo Temer. E não há governo possível nos termos do Eduardo Cunha", disse Dilma à Folha de S. Paulo neste domingo (29).
Dilma diz acreditar que poderá voltar ao Palácio do Planalto. "Nós podemos reverter isso. Vários senadores, quando votaram pela admissibilidade, disseram que não estavam declarando (posição) pelo mérito (das acusações). Então eu acredito", afirmou. A presidente deve lançar, nos próximos dias, um site para divulgar os feitos de sua gestão.
A respeito das conversas vazadas entre o ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, e líderes do PMDB, como ex-ministro Romero Jucá e o presidente do Senado, Renan Calheiros, a Dilma afirmou que os áudios revelam que o partido de Temer queria travar as investigações da Lava-Jato ao assumir o poder.
"[Os áudios] mostram que a causa real para o meu impeachment era a tentativa de obstrução da operação Lava-Jato por parte de quem achava que, sem mudar o governo, a sangria continuaria", afirmou ela, fazendo referência a Jucá, que perdeu o cargo após ser flagrado tratando do que ele chamou de "delimitar" as investigações.
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