'Senti o que ele sentiu', conta filho de guarda ofendido por desembargador

Published at : 04 Feb 2022


"Fiquei muito triste pelo que ele falou, ele agrediu meu pai verbalmente, e me machucou porque senti o que meu pai sentiu na hora", o desabafo é de Eduardo Hilário, filho do guarda municipal Cícero Hilário, de 36 anos, ao ver o vídeo em que o pai é humilhado pelo desembargador Eduardo Siqueira ao o orientar sobre o uso obrigatório de máscara na praia de Santos, no litoral de São Paulo. Apesar disso, o adolescente relata que também sentiu muito orgulho da postura do pai.

Cícero e o colega, Roberto Guilhermino de 41 anos, foram homenageados, na última segunda-feira (20), pelo prefeito da cidade, Paulo Alexandre Barbosa (PSDB). Ambos receberam medalhas por conduta exemplar no Salão Nobre do Palácio José Bonifácio, em uma cerimônia que contou com familiares e que foi marcada por muita emoção.

Em entrevista à TV Tribuna, Eduardo conta que sentiu tristeza ao ver o vídeo em que o desembargador é flagrado humilhando o guarda municipal. No entanto, diz que também se sente orgulhoso ao assistir a atitude do pai em relação às ofensas.

Filho de guarda municipal se diz orgulhoso da ação do pai durante ocorrência de orientação a desembargador — Foto: Reprodução/TV Tribuna

"Fiquei muito feliz pelo simples fato de ele ter sido um homem, ter paciência. Ele soube lidar com a situação, nunca esperava que meu pai ia fazer isso. Para mim, ele é um herói, ele é meu herói", afirma o filho.
De acordo com a prefeitura, a homenagem foi realizada em reconhecimento aos serviços prestados pelos guardas à sociedade, durante a ocorrência que ganhou repercussão nacional, de abordagem ao magistrado. A prefeitura reiterou agradecimento e apoio incondicional à conduta dos profissionais. O Secretário de Segurança Pública do município, Sérgio Del Bel, também participou do evento.

Famílias de guardas participaram de homenagem realizada pelo prefeito de Santos, SP — Foto: Divulgação/Prefeitura de Santos

Entenda o caso

Imagens obtidas pelo G1 neste domingo (19), mostraram o desembargador humilhando um guarda municipal ao ser multado por não utilizar máscara enquanto caminhava na praia. Ele chamou o guarda de 'analfabeto', chegou a rasgar a multa e jogar o papel no chão e, por fim, deu uma 'carteirada' ao telefonar para o Secretário de Segurança Pública do município, Sérgio Del Bel. Segundo a Prefeitura de Santos, o caso ocorreu na tarde de sábado (18).

Essa não foi a primeira vez que Eduardo Siqueira agiu dessa forma. Um outro vídeo obtido pela reportagem, mostrou que, no fim de maio, ele já havia desrespeitado e ameaçado um inspetor da GCM, ao ser flagrado também descumprindo o decreto municipal que obriga o uso de máscaras na cidade.

A Prefeitura de Santos afirmou estar prestando total apoio à equipe que fez a abordagem e ressaltou que as multas foram lavradas, tanto pela falta de uso da máscara facial quanto por jogar lixo em vias públicas. A Associação dos Guardas Civis Municipais, por meio do diretor Rodrigo Coutinho, afirmou repudiar o ocorrido e que tomará as medidas judiciais cabíveis.

O guarda que foi humilhado pelo desembargador diz que cumpriu seu papel e, apesar de chateado, ficou orgulhoso por realizar sua função. Tanto ele, quanto o colega de trabalho, se mostraram indignados com o ocorrido.

Providências já estão sendo tomadas pela Corregedoria Nacional de Justiça. Isso porque, o ministro Humberto Martins, determinou a abertura de pedido de providências para apurar a conduta do desembargador.

Desembargador

Em nota, o desembargador Eduardo Siqueira diz que o vídeo é verdadeiro, mas alega que foi tirado de contexto. Para ele, a determinação por decreto do uso de máscaras em determinados locais é um abuso.

No texto divulgado, Siqueira explica que “decreto não é lei” e que, por isso, entende não ser obrigado a usar máscara, e que qualquer norma que diga o contrário é “absolutamente inconstitucional”. Ele alega que esse não foi o primeiro incidente que aconteceu entre ele e agentes da Guarda Civil Municipal, e que em todas as ocasiões foi ameaçado de prisão de modo agressivo, justificando a exaltação.

“Infelizmente, perseguido desde então, ontem, acabei sendo vítima de uma verdadeira armação”, completa. Ele diz que tomará as providências cabíveis para que os direitos dele sejam preservados e que está à disposição das autoridades judiciais, para esclarecimentos.

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