Por Fernando Valverde - O governador Rui Costa (PT) voltou a criticar a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), após a recusa do órgão em analisar o pedido emergencial da vacina russa Sputnik V sem que haja dados clínicos e a condução de testes da fase 3 no país. Em entrevista para a GloboNews, nesta terça-feira, 26, o governador afirmou que o país estaria sendo feito de “refém por grandes corporações” e pediu celeridade para a aprovação do imunizante.
“Queremos que a Anvisa se debruce, diga se a vacina é boa ou ruim, se vale ou não. Eles dizem que só terão condição de analisar após estudo e com isso a população demoraria anos para ter a vacina. Não entendo como analisar vacina em meio à uma pandemia coloca a soberania nacional em risco. Na minha opinião isso é não priorizar a vida humana. Estamos sendo feitos reféns de corporações”, afirmou.
Na busca pela liberação da vacina, o Governo do Estado enviou uma petição ao ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), onde reitera a importância do acordo para a imunização no país. Na petição, a Procuradoria-Geral do Estado (PGE) sustenta que a possibilidade de importar e distribuir vacinas contra Covid-19 sem registro na Anvisa, desde que registradas perante uma Agência Reguladora Regional de Referência, bem como de iniciar a vacinação em seu território, independentemente do início da vacinação nacional.
“O reconhecimento da inconstitucionalidade é impositivo por ser manifesto o vício suscitado. Como exposto, se o vírus não tem nacionalidade, a vacina também não deve ter, sendo relevante apenas a suficiente comprovação da eficácia e segurança, para o que a ocorrência de fase 3 no Brasil é desarrazoada e se constitui em entrave ilegítimo”, opinou Rui.
A Bahia já tem um contrato de prioridade para recebimento de até 50 milhões de doses da vacina Sputnik V, que recentemente apresentou índice de eficácia superior a 90% segundo os testes realizados. O imunizante será produzido no Brasil pela Neo Química.
A Tarde
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