O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso há um mês na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba (PR), reafirmou sua candidatura por meio de recado transmitido pelo teólogo Leonardo Boff, nesta segunda (7).
"Lula mandou recado dizendo que é candidatíssimo e que só vai renunciar à candidatura no dia em que o Moro trouxer uma única prova de que ele é dono do tríplex", disse o teólogo a jornalistas.
Boff encontrou o ex-presidente na tarde desta segunda sob a justificativa de que se trataria de uma visita religiosa. As visitas a Lula têm sido negociadas entre a defesa e a Polícia Federal. O advogado do ex-presidente, Cristiano Zanin, também esteve na PF.
O teólogo afirmou que Lula está entusiasmado e que a situação de solitária faz com que o ex-presidente leia e reflita muito.
Segundo Boff, o petista disse que quer ser presidente para radicalizar o processo de dignificação e cidadania dos invisíveis, a grande maioria do país. "Ele quer voltar ao poder para dar centralidade às políticas brasileiras para os pobres."
Boff também disse que Lula, ao mesmo tempo, está indignado frente ao acúmulo de mentiras. "Não quero meu neto olhando para mim e dizendo 'meu avô é um ladrão'. Nunca fui", o ex-presidente teria afirmado a ele.
O teólogo disse considerar o petista como alguém que está aprofundando sua trajetória e se colocando em um nível maior, acima de brigas jurídicas. Ele comparou o momento de Lula a situações já vivenciadas por líderes mundiais como Nelson Mandela e Gandhi.
"Se não morri de fome aos cinco anos, aprendi a resistir e estou aqui resistindo", Lula teria afirmado. O ex-presidente também teria dito que a vocação de sua vida é lutar, por si mesmo e pelos outros.
Oficialmente, o PT se recusa a falar em um plano B à candidatura de Lula, improvável devido à Lei da Ficha Limpa. Nos bastidores, no entanto, o partido trabalha com os nomes de Fernando Haddad, ex-prefeito de São Paulo, e Jaques Wagner, ex-governador da Bahia.
Com informações da Folhapress
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