O mundo está perdendo a batalha contra ebola na África, diz ONG

Published at : 19 Feb 2022

[dropcap]C[/dropcap]om mais de 1.500 mortes, pelo menos o dobro de infectados e uma perspectiva nada otimista de que outras dezenas de milhares de pessoas possam apresentar o vírus em um futuro próximo. Foi assim que a ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF) descreveu a epidemia de ebola para os membros das Nações Unidas.


O mundo está perdendo a batalha contra ebola na África, diz ONG


A presidente da MSF, Joanne Liu, afirmou em discurso na ONU que a epidemia que tem se espalhado principalmente no oeste da África é "a maior da história" e "o mundo está perdendo a batalha contra a doença". Liu, disse à ONU que os líderes mundiais estão falhando no combate à pior epidemia da história. De acordo com ela, a falta de médicos disponíveis para tratar os doentes é tanta que atualmente alguns centros de tratamento servem apenas como leito de morte para os pacientes.


"Seis meses da pior epidemia do ebola na história e o mundo está aceitando perder a batalha para contê-la. Os líderes mundiais não estão se dispondo a enfrentar essa ameaça internacional", disse Liu. Em resposta, o coordenador da ONU para a crise, David Nabarro, garantiu que a entidade está tentando levar o máximo de ajuda possível para tratar a epidemia. Enquanto isso, o departamento de saúde dos Estados Unidos anunciou que está desenvolvendo um remédio experimental (Zmapp) que visa combater o vírus ebola.


Os pedidos para acelerar a produção dele têm aumentado cada vez mais, principalmente com o avanço da doença na África. No último mês, dois americanos fora infectados com o vírus e conseguiram se recuperar depois de terem sido tratados com o remédio. Ainda assim, para Médicos Sem Fronteiras, é necessária uma intervenção global militar para conter a doença. A ONG tenta pressionar os líderes mundiais por uma ação mais efetiva no combate ao ebola e diz que a resposta dada por eles ao vírus até agora foi "letalmente inadequada".



'Coalizão de inércia'


A fala de Joanne Liu na ONU fez um apelo aos líderes mundiais e alertou-os de que a epidemia do ebola está se expandindo cada vez mais. Ela pode atingir até 20 mil pessoas nos próximos meses. A médica condenou a "falta de ação" das lideranças até agora e pediu para que a questão seja tratada com mais atenção daqui para frente.
"O anúncio da OMS (Organização Mundial da Saúde) no dia 8 de agosto dizendo que a epidemia era uma 'emergência pública de saúde de preocupação internacional' não levou a nenhuma ação efetiva, e os países se juntaram em uma coalizão global de inércia", discursou a líder de Médicos Sem Fronteiras.



Médicos Sem Fronteiras faz apelo a líderes mundiais por mais ações para combater o ebola
Médicos Sem Fronteiras faz apelo a líderes mundiais por mais ações para combater o ebola

A sugestão da entidade é que equipes civis e militares capacitadas para tratar um desastre biológico como esse são essenciais e deveriam ser enviadas imediatamente para evitar que o ebola se espalhe ainda mais.
Segundo Liu, a única maneira de prevenir que a epidemia se torne ainda maior seria ter mais hospitais com salas de isolamento e médicos especializados no tratamento do vírus nas regiões mais afetadas - além de aviões disponibilizados para transportar médicos e pacientes na África.
"Países que tenham essa capacidade de ajudar com equipamentos e médicos têm a responsabilidade política e humanitária de fazê-lo, oferecendo uma resposta concreta e tão necessária para esse desastre", disse Joanne Liu. "É preciso fazer algo em vez de limitar a resposta a um trabalho para evitar que a doença chegue aos seus países. É preciso aproveitar a oportunidade única de salvar vidas onde há uma necessidade imediata disso, no oeste da África."


A organização Médicos Sem Fronteiras afirma que chegou a criar uma instalação apropriada para tratar o vírus com salas de isolamento em um bairro em Monróvia, na Libéria, mas o número de camas não foi o suficiente para atender todos os pacientes. Eram 160 leitos, mas em pouco tempo o local ficou superlotado, com filas gigantescas e a necessidade de pelo menos mais 800 camas para atender a todos.


BBC Brasil

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