Aumentou o número de acidentes com morte no trânsito brasileiro. As principais vítimas são os jovens e os motociclistas. Eles estão trombando como nunca: carros, motos, caminhões, ônibus.
Só de janeiro a setembro deste ano, o número de acidentes com morte no país subiu 29% em relação ao mesmo período do ano passado.
A pesquisa é das seguradoras que pagam o Dpvat, o seguro de danos pessoais causados por veículos automotores de via terrestre.
Pior é constatar que quase a metade dos motoristas e motociclistas acidentados têm entre 18 e 34 anos de idade, 10% morrem e 75% ficam com invalidez permanente.
A região campeã de acidentes é o Nordeste (32%), seguida pelo Sudeste (29%).
O que chama a atenção nesses últimos números divulgados é que, em cada quatro acidentes, em pelo menos três há envolvimento de motocicletas. Principalmente nas grandes cidades brasileiras, onde o número de pessoas que usam moto não para de aumentar.
Rafael está internado no Hospital das Clínicas à espera de duas cirurgias. Ele quebrou o braço direito e a perna esquerda, quando foi atingido por outra moto. Depois desse susto, ele não quer mais saber de duas rodas.
“Quando eu pus a mão nessa perna, falei: ‘acabou tudo pra mim’. Graças a Deus eu vou voltar a andar”, conta Rafael Jorge da Silva, eletricista.
Vitor de Oliveira, manobrista, luta há um ano pra se recuperar depois que um carro atingiu em cheio a moto dele. Quebrou ossos da bacia, foi operado, mas terá que passar por outra cirurgia, porque o problema ainda não foi totalmente corrigido: “A maioria das vontades, dos desejos que a gente tinha vai por água abaixo. O agressor não te dá um suporte e não pergunta nem como você está”.
O chefe do setor de ortopedia e traumatologia do Hospital das Clínicas diz que as lesões mais frequentes são no crânio e no tórax. E que o número de acidentados que o hospital recebe é sempre alto. “A cidade não está preparada, não se preparou pra comportar esse volume de motociclistas que tem todo o direito de andar e de se locomover. Só que não tem segurança”, afirma Jorge dos Santos, diretor clínico de ortopedia – HC.
G1
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