José Dirceu discorre confortavelmente na primeira pessoa do plural quando o assunto é a campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ou um eventual novo governo do PT. O ex-ministro condenado diz que não é hora de escolher o vice, questiona se Geraldo Alckmin é um bom nome para a vaga e diz que é preciso ter calma diante das pesquisas que mostram a vitória de Lula no primeiro turno.
“Nós não estamos de salto alto, não achamos que a eleição está ganha.” Sobre a chapa Lula-Alckmin, Dirceu prossegue: “Muito cedo para escolher o vice, minha opinião pessoal. Posso estar enganado”. Para ele, talvez melhor um nome mais jovem, capaz de atrair uma nova geração de eleitores.
Lá pelas tantas, Dirceu, que falou por cerca de uma hora em uma live promovida pelo cientista político Alberto Almeida, se corrige de um jeito meio confuso sobre o uso constante do pronome. “Tô falando nós, no caso, o PT, a direção do PT. Porque eu não sou membro da direção do PT, não falo em nome do PT, não falo em nome do Lula, não tenho mandato, nem na direção, nem mandato parlamentar. Eu sou um militante, um filiado, claro, uma liderança do PT.”
Mais para frente, retoma o raciocínio, ao comentar quais áreas de um novo governo petista poderiam dar mais trabalho. “Eu não vejo nenhuma dificuldade de nós assumirmos o governo, o Palácio do Planalto, que é a Secretaria-Geral, a Casa Civil, a AGU, O GSI – que precisa, no meu entendimento, ser totalmente reformulado, porque virou uma coisa totalmente militar, uma politica de informação. Mas, principalmente, nós temos experiência das políticas que vamos desenvolver. Os obstáculos que vamos ter é o teto de gastos, a Regra de Ouro, o Banco Central independente, o poder que tem hoje o sistema bancário financeiro no País, a dolarização e a abertura financeira total da nossa economia. Esses são os limites.”
Por Clarissa Oliveira / Veja / Foto: Reprodução
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