A motorista Patrícia Quirino, de 31 anos, enviou um pedido de socorro a três grupos do WhatsApp logo após capotar o carro: "Mande uma ambulância. Capotei. Não me deixem morrer", escreveu a mulher.
O acidente de trânsito aconteceu quando ela tentou desviar de um cachorro na rodovia Prefeito Benedito de Oliveira Vaz (SP-141), neste sábado (4), em Porangaba, no interior de São Paulo.
Além do texto, a motorista enviou também a localização e uma foto. O pedido resultou. A mensagem foi vista por 500 pessoas, que garantiram que Patrícia fosse atendida rapidamente, com ferimentos leves.
''Após capotar eu não tinha condições psicológicas para ligar para uma ambulância. Eu liguei para meu ex-marido, pai do meu filho, e pedi uma ambulância. Foi uma eternidade. Como eu vi que não chegava socorro, mandei pedido de ajuda para os últimos grupos que havia falado comigo pelo WhatsApp. Como sou brincalhona, eles acharam que era brincadeira. Aí mandei a foto e começou a alarmar. Duas moças de Sorocaba entraram em contato com um primo e ele entrou em contato com minha família em Tatuí. As mensagens nos grupos foi o que alavancou a ajuda. Foi uma ferramenta importantíssima."
Patrícia contou a G1 que estava indo de Tatuí, onde mora, para Porangaba, em uma festa de aniversário. Ela viu um cachorro na pista e decidiu desviar. Na sequência, perdeu o controle do carro, capotou e caiu num barranco.
''Do nada apareceu o cachorro. Era grande, parecia um labrador. Entre matar um animal e tirar o carro, não pensei duas vezes. Quando puxei o volante, perdi o controle. Tentei voltar para a pista, mas começou o capotamento de uma pista para outra até cair no barranco.”
''Eu só lembrava muito do meu filho e gritei: ‘não posso ir agora’. Depois disso eu lembro do carro ter rodado algumas vezes, mas não vi nada porque fechei os olhos. Vi um rapaz que descia o barranco e gritava: ‘Deus ama muito sua alma’. Eu olhei e estava no fim do barranco, num barranco grande. Não consegui sair pela porta do motorista e fui para o lado do passageiro.”
Patrícia disse que decidiu mandar as mensagens para os grupos por "senso de sobrevivência". "Tudo bem que houve a demora de que achavam que era brincadeira, mas a ferramenta foi muito útil”, acredita ela.
Por fim, a mulher está satisfeita com a sua decisão de desviar do cachorro e poder salvá-lo. "Se acontecesse de novo, eu puxaria o carro de novo. Depois eu vi a dona do cachorro falar com ele. Fiquei aliviada e vi que minha missão foi cumprida”, relatou.
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