Ministério Público de SP pede prisão preventiva de Lula

Published at : 24 Feb 2022

Os promotores Cassio Conserino, José Carlos Blat e Fernando Henrique Araújo pediram a prisão preventiva do ex-presidente Lula junto com a denúncia que apresentaram nesta quarta (9) sobre o tríplex em Guarujá (litoral de São Paulo), que teria sido preparado para a família do petista.


Ministério Público de SP pede prisão preventiva de Lula


Os promotores alegam que a prisão de Lula é necessária para garantir "a ordem pública, a instrução do processo e a aplicação da lei penal". Eles apontam que, em liberdade, Lula pode destruir provas e agir para evitar determinações da Justiça. O pedido corre sob segredo de Justiça em São Paulo.


O ex-presidente é acusado de lavagem de dinheiro e falsidade ideológica, crimes que podem render de 3 a 10 anos de prisão e de 1 a 3 anos, respectivamente. Sua mulher, Marisa Letícia, e um dos filhos do casal, Fábio Luís Lula da Silva, também são acusados de lavagem de dinheiro.


O pedido se estende ainda ao ex-presidente da OAS Léo Pinheiro e ao ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto. Também houve pedido de prisão de dois executivos da OAS (Fábio Hori Yonamine, diretor financeiro da empresa, e Roberto Moreira Ferreira, diretor da empreiteira que comprou a cozinha de luxo do apartamento na Kitchens).


Os promotores solicitam também a prisão de uma ex-diretora da Bancoop (Ana Maria Érnica) e de um ex-presidente da entidade (Vagner de Castro). A Bancoop é a cooperativa habitacional do Sindicato dos Bancários que funcionou até 2009 e, após sua quebra, transferiu as obras inacabadas para a OAS, entre as quais o edifício Solaris, em Guarujá.


O caso será analisado pela juíza Maria Priscilla Ernandes Veiga Oliveira, da 4ª Vara Criminal de São Paulo. Ainda não há um dia certo para a Justiça decidir sobre o caso.


Nesta quinta (10), em entrevista coletiva no Ministério Público de São Paulo, os promotores negaram que a investigação tenha motivação política.


"O nosso calendário é judicial, pouco importando se este ou aquele procedimento tenha repercussão política", disse José Carlos Blat, que tocou a apuração junto com os outros dois promotores.


Segundo Blat, a apuração é uma continuidade de um caso da Bancoop que ele toca desde 2010 e está em fase final de julgamento. Um dos réus do primeiro caso é o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, preso em Curitiba sob acusação de intermediar propinas para o PT em contratos da Petrobras.


O tríplex do Guarujá começou a ser construído em 2004, quando Marisa Letícia comprou uma das unidades, não o tríplex que está sob investigação.


Em 2009, quando a Bancoop quebrou e a OAS assumiu a construção do prédio, a empreiteira teria preparado o apartamento tríplex para a família de Lula, mas o imóvel nunca foi transferido para o nome do ex-presidente.


O Instituto Lula alega que a família visitou o tríplex na praia de Astúrias, mas desistiu do imóvel por considerar que a família não teria privacidade para desfrutar da praia.


O aviso de que Marisa desistira do imóvel foi feito no final do ano passado, quando o imóvel já estava sob investigação em duas frentes: pelo Ministério Público de São Paulo e pelos procuradores da força-tarefa da Operação Lava Jato, de Curitiba.


Os promotores dizem ter testemunhos de 20 testemunhas de que o imóvel foi reformado para Lula.


OUTRO LADO


O advogado da família do ex-presidente Lula, Cristiano Zanin Martins, afirmou à Folha que não foi comunicado sobre os pedidos de prisão e destacou a fragilidade dos argumentos defendidos pelo Ministério Público do Estado de São Paulo.


"A coletiva dada pelos promotores evidencia a fragilidade da investigação e desse pedido, que se baseia em testemunhos de pessoas que desconfiam que o imóvel estava sendo feito para o ex-presidente", disse o advogado.


Martins defende que o pedido será rejeitado pela Justiça devido à fragilidade dos argumentos da investigação. "Não faz sentido atribuir o imóvel a um dono que nunca o usou e foi ao local duas vezes antes dele estar terminado para saber se teria interesse em ficar com ele", afirma.


A defesa de Léo Pinheiro, sócio da OAS, afirmou que não vai se manifestar.


O advogado Luiz Flávio Borges D'Urso, que defende o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, classificou como "absurdo" o pedido. "Vaccari saiu da presidência da Bancoop em 2010 e não tem nada a ver com o caso do tríplex que ocorre anos depois". O criminalista também destacou que a OAS assumiu os empreendimentos da Bacoop por decisão dos cooperados.


FOLHA DE SP

Ministério Público,MP,Política,lula,Brasil,sp,prisão,Pede


Salvadora - Aeronave da PM faz pouso forçado em aeroporto

Salvadora - Aeronave da PM faz pouso forçado em aeroporto

Garota de 13 anos que estava desaparecida em Jacobina é localizada pela
família

Garota de 13 anos que estava desaparecida em Jacobina é localizada pela família

Jovem é encontrado enforcado em Mirangaba; suspeita de suicídio

Jovem é encontrado enforcado em Mirangaba; suspeita de suicídio

Pai, filho e sobrinho morrem atingidos por raio em São Paulo

Pai, filho e sobrinho morrem atingidos por raio em São Paulo

Esquema de desmanche de veículos é derrubado em Teixeira de Freitas

Esquema de desmanche de veículos é derrubado em Teixeira de Freitas

Jacobina: Homem leva 7 facadas em tentativa de homicídio

Jacobina: Homem leva 7 facadas em tentativa de homicídio

Homem suspeito de estuprar criança de 5 anos é preso em Curaçá

Homem suspeito de estuprar criança de 5 anos é preso em Curaçá

PP decide apoiar o impeachment e entrega cargos ao governo

PP decide apoiar o impeachment e entrega cargos ao governo

Ministros do STF mudam de posição em decisões sobre Lula

Ministros do STF mudam de posição em decisões sobre Lula

PM mata homem na Bahia após discussão em bar que terminou com abraço

PM mata homem na Bahia após discussão em bar que terminou com abraço