O ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta comentou neste sábado (8) sobre a marca de 100 mil mortes por Covid-19 no Brasil, atingida hoje. Na avaliação dele, o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), teve papel “preponderante” para que o país chegasse a esse número de mortos na pandemia.
“Houve uma série de fatores, mas o fator presidente foi preponderante. Ele deu argumento para as pessoas não ficarem em casa. Ele deu esse exemplo e serviu de passaporte para as pessoas aderirem politicamente a essa ideia”, avaliou o ex-ministro.
Mandetta relatou ainda que, quando estava à frente do Ministério da Saúde, alertou ao Palácio do Planalto sobre projeções que superavam a marca dos cem mil mortos pelo novo coronavírus.
“O [ex-secretário-executivo do ministério João] Gabbardo falava em 30 a 40 mil [mortes], o Wanderson [Oliveira, ex-secretário de Vigilância da pasta] de 70 a 80 mil e eu falava que era acima de 100 mil mortos, porque eu contava as por coronavírus e as por colapso caso não se organizasse um sistema de saúde mais robusto. Apresentei todos esses cenário, mas a impressão que tenho é que literalmente não quiseram ouvir a gravidade do problema”, afirmou o ex-titular da Saúde.
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