O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta quarta-feira (19) que entre 2016 e 2017 mais da metade dos municípios baianos (216 das 417 cidades) tiveram ocorrências de endemias ou epidemias associadas à falta de saneamento básico.
De acordo com os dados, a Bahia é o segundo estado em número de municípios que relataram problemas de saúde pública relacionados à falta de saneamento, perdendo apenas para Minas Gerais, onde 290 cidades registraram ocorrências do tipo.
O caso da Bahia é também significativamente maior que a média nacional. No Brasil, pouco mais de 1/3 dos 5.570 municípios (34,7% ou 1.935 cidades) relataram esse tipo de problema – no estado, é de 51,8%.
Embora fique um pouco abaixo da média do Nordeste (53,7%), o percentual baiano é superior, na região, aos do Maranhão (37,8%) e Piauí (37,1%) e quase cinco vezes o verificado em Santa Catarina (11,2%) e Rio Grande do Sul (9,7%), estados com menores percentuais de municípios com esse tipo de problema.
De acordo com o Ministério da Saúde, considera-se endêmica uma doença que existe constantemente em determinado lugar, independentemente do número de indivíduos por ela atacados.
Já a epidêmica é uma doença que surge rapidamente em um local e acomete grande número de pessoas. Casos isolados de determinadas doenças, portanto, não se enquadram em nenhum dos dois conceitos.
Dengue e diarreia
Na Bahia, assim como no Brasil, a dengue é a doença mais relacionada ao saneamento: 162 municípios do estado (75% dos que disseram ter endemias ou epidemias) e 1.501 no país (77,6%).
A diarreia, em segundo, é citada por 148 municípios; a chikungunya, em terceiro, foi informada por 133 prefeituras; e em seguida vêm a zika e verminoses (cada uma informada por 123 municípios, ou 56,9% dos que tiveram endemias/epidemias.
No caso da diarreia e verminoses, as causas são diversas e normalmente associadas à ingestão de água ou alimentos contaminados. Já a dengue, a zika e a chikungunya são transmitidas pela picada do mosquito Aedes aegypti, que se reproduz em água parada.
Na análise do IBGE, “a oferta irregular de água pode levar as pessoas a estocá-la em reservatórios que servem de local de reprodução dos mosquitos”, e “o acúmulo de lixo nos domicílios e nas ruas favorece o acúmulo das águas das chuvas, outro fator de risco”.
As doenças relacionadas a saneamento menos citadas pelos municípios baianos foram tifo e malária, listadas por apenas quatro municípios cada uma, de acordo com a pesquisa do IBGE.
Macaúbas, no Centro-Sul baiano, e Lauro de Freitas, na Região Metropolitana de Salvador, informaram a ocorrência de quase todas as endemias/epidemias investigadas, deixando de fora apenas as agrupadas na categoria “Outras”.
Salvador foi um dos municípios que informou a ocorrência de endemias ou epidemias associadas ao saneamento básico. A prefeitura da capital baiana relatou a ocorrência de leptospirose, dengue, zika e chikungunya.
Dentre os 201 municípios baianos que disseram não ter conhecimento da ocorrência de endemias ou epidemias associadas a carências de saneamento básico, destacam-se cidades de médio porte como Juazeiro, Barreiras, Alagoinhas, Paulo Afonso, Eunápolis, Santo Antônio de Jesus e Luís Eduardo Magalhães.
Fonte: Correio
Bahia