Maia critica proposta do governo que transfere recursos do Fundeb para Renda Brasil

Published at : 27 Jan 2022

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), criticou nesta segunda-feira (20) a proposta do governo de transferir parte da complementação da União no Fundeb ao Renda Brasil e sugeriu que a equipe econômica resiste em priorizar recursos para a educação.

As declarações foram dadas em meio à insistência do governo de adiar a votação do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação).

O ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, argumenta que o novo ministro da Educação, Milton Ribeiro, precisa participar das negociações.

A intenção de Maia é iniciar discussão da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que torna o Fundeb permanente ainda nesta segunda e votar o texto na terça (21).

O deputado chamou de "ideias soltas" a sugestão do governo de destinar metade da complementação adicional da União para um benefício voltado a crianças no Renda Brasil, programa que o governo quer que substitua o Bolsa Família.

Também criticou a proposta de que as novas regras do Fundo só comecem a vigorar em 2022. "Você adiar o Fundeb para 2022 ou a sua complementação é uma sinalização muito negativa. Adiar o percentual que está combinado para 2022...eu não vejo sentido nesse encaminhamento", afirmou.

"Até porque nós estamos vendo que, para alguns temas, parece que o governo entende que tem dinheiro. Para outros temas, como essa prioridade de curto prazo na educação, parece que o governo gera mais resistência. Pelo menos a equipe econômica."

Maia afirmou que o texto da relatora, deputada Professora Dorinha (DEM-TO), está consolidado. "Se o governo quiser fazer um outro programa para a educação dentro do Fundeb, dependendo da redação, pode ser aceito, claro. Mas precisa ser para a educação", afirmou.

A alfinetada tem relação com a intenção da equipe econômica de transferir dinheiro para um programa de voucher-creche dentro do Renda Brasil. Na avaliação de Maia e da relatora, a proposta teria caráter assistencial, não educacional.

"Se o governo quiser complementar para que a educação infantil tenha uma prioridade, que eu concordo que é um caminho correto, nós temos aí 30% de crianças apenas nas creches, eu acho que é uma boa ideia", disse. 'Mas como não é o foco do fundeb, tem que ser algo complementar àquilo que já está consolidado em relação ao percentual do Fundeb."

O deputado lamentou ainda que o debate sobre o Fundeb tenha ficado "esquecido" pela área responsável no governo durante muito tempo --o MEC (Ministério da Educação) não participou da discussão diretamente.

O Fundeb, principal mecanismo de financiamento da educação básica, é responsável por R$ 4 de cada R$ 10 gastos pelas redes públicas nesta etapa. Sua vigência expira no fim deste ano.

O dispositivo reúne parcelas de impostos e recebe uma complementação da União para estados e respectivos municípios que não atingem o valor mínimo a ser gasto por aluno no ano. O complemento federal atual é de 10% --cerca de R$ 16 bilhões no ano.

A PEC da Câmara torna o Fundeb permanente, amplia a complementação da União para 20% de modo progressivo até 2026, e altera, entre outras coisas, o formato de distribuição dos novos recursos.

O Fundeb nunca esteve entre as prioridades de articulação do governo Bolsonaro, e o ex-ministro Abraham Weintraub (Educação) pouco se envolveu com o assunto. Em 2019, defendeu alta menor na complementação (de até 15%) e fez coro pela prorrogação do formato atual.

Com a alta da complementação, é previsto um incremento de R$ 66,9 bilhões de investimentos da União até 2026, a depender do crescimento econômico.

O valor mínimo gasto por aluno no país teria uma alta de 39%, passando de R$ 3.427 para R$ 4.778, segundo cálculo da Consultoria do Orçamento da Câmara. O número de municípios beneficiados com a complementação seria 34% maior, das atuais 1.699 cidades para 2.284 em 2026.

O texto prevê a adoção de um modelo híbrido de divisão do dinheiro. A distribuição dos atuais 10% continua sob as mesmas regras, com base na realidade dos estados (e respectivos municípios) que não atingem valor mínimo por aluno.

Parte dos recursos, referentes a 7,5% (a serem atingidos em 2026), serão distribuídos a partir do valor total investido na área por cada rede. Esse modelo contempla municípios pobres e com baixo investimento em estados mais ricos e que, no sistema atual, não são levados em conta.

Outra parte dos novos recursos, de 2,5%, será distribuída a redes que obtenham bons resultados em indicadores de aprendizagem. Esse formato ainda não está definido.

O texto da PEC já atualizou a progressão da complementação, que aumenta para 12,5% em 2021 --antes eram 15%. Também retirou a possibilidade de usar um recurso que já é da área, o chamado salário-educação.

Mas ainda há pontos em disputa, como o veto ao pagamento de inativos e a obrigatoriedade de usar 70% dos recursos com pagamentos de profissionais da educação.

O pagamento de profissionais ativos já consome, no entanto, cerca de 80% do fundo em estados e municípios, segundo estudo da organização D3E.

A alta na complementação amplia o protagonismo da União no financiamento da educação básica --quase 80% desse dispêndio saem dos cofres dos outros entes. Também busca equalizar o investimento pelo Brasil, uma vez que o gasto com a área varia sete vezes entre os municípios que contam com o menor e maior orçamento.

Folhapress

Brasil,Educação


Jacobina: SMTT alerta proprietários de veículos abandonados em vias públicas

Jacobina: SMTT alerta proprietários de veículos abandonados em vias públicas

CPI da Covid-19: Omar Aziz indica Renan Calheiros para relatoria

CPI da Covid-19: Omar Aziz indica Renan Calheiros para relatoria

Jacobina: HMATS inicia programa de doação de mudas para bebês nascidos
na unidade

Jacobina: HMATS inicia programa de doação de mudas para bebês nascidos na unidade

Artilheiro da Copa América pelo Chile, Vidal bate Ferrari e é preso;
sob efeito de álcool

Artilheiro da Copa América pelo Chile, Vidal bate Ferrari e é preso; sob efeito de álcool

Caixa inicia pagamento do ciclo 2 do auxílio emergencial

Caixa inicia pagamento do ciclo 2 do auxílio emergencial

Botafogo-PB domina a partida e goleia Vitória por 4x2

Botafogo-PB domina a partida e goleia Vitória por 4x2

Diretor geral do Detran-BA participa do 9º Congresso Brasileiro de
Trânsito e Vida em Salvador

Diretor geral do Detran-BA participa do 9º Congresso Brasileiro de Trânsito e Vida em Salvador

Duplo homicídio é registrado em Conceição do Coité

Duplo homicídio é registrado em Conceição do Coité

Desabamento em gruta no interior de SP deixa ao menos três mortos

Desabamento em gruta no interior de SP deixa ao menos três mortos

Acidente na orla de Salvador deixa um morto e cinco feridos

Acidente na orla de Salvador deixa um morto e cinco feridos