Machismo: como esse comportamento prejudica trabalhadores e empresas

Published at : 23 Jan 2022

Segundo o Ministério do Trabalho, a cada hora, um caso de assédio sexual é levado à Justiça no Brasil
"Saí do meu último emprego porque eu e outras colegas do setor sofremos abuso da direção. Foi sugerido dar de presente uma bucha e detergente no Dia das Mulheres! No mesmo dia decidi procurar outro local para trabalhar. Não foi esse o único motivo, mas foi o limite". Esse é um comentário de uma profissional sobre o ambiente de trabalho compartilhado na HerForce, plataforma de divulgação de vagas e avaliação de empresas voltada para mulheres no Brasil.

O conceito de masculinidade que possuímos hoje é uma construção muito antiga e equivocada, com base na virilidade da figura masculina e forte tendência à desvalorização da mulher. Este conceito é reafirmado por valores como poder, dominância, força, ser ativo sexualmente e reprimir os sentimentos.

O resultado disso tudo já sabemos: homens emocionalmente restritos que não sabem acessar suas emoções ou aprenderam que lidar com os seus conflitos é inapropriado, causando neles e em quem estiver por perto, um misto de frustração e opressão. Segundo o documentário O Silêncio dos Homens, que discute esse assunto de forma brilhante e está disponível gratuitamente no YouTube, o índice de suicídio é quatro vezes maior entre os homens do que as mulheres.

A ideia distorcida de que tudo o que é másculo é mais valioso do que o que é feminino causa em muitos homens a sensação de superioridade, levando-os a diminuir, oprimir e agredir mulheres e homossexuais. Todo esse conjunto de crenças, que adquirimos desde a infância, afeta a maneira como interagimos no dia a dia.

Como exemplo recente disso, tivemos o caso de machismo protagonizado pelo presidente brasileiro sobre como a aparência física da primeira dama francesa, Brigitte Macron, supostamente afetava o julgamento do presidente francês com relação aos ideais políticos de Jair Bolsonaro. O episódio ganhou o mundo com a hashtag #desculpabrigitte e, por consequência, Brigitte agradeceu ao povo brasileiro, em especial às mulheres, por todo o apoio recebido.

Na esfera corporativa, o machismo pode custar caro, literalmente muito caro.

Segundo o Ministério do Trabalho, a cada hora, um caso de assédio sexual é levado à Justiça no Brasil. Em um processo trabalhista, o réu é sempre a empresa, nunca a pessoa física do assediador. No entendimento da Justiça, as empresas são responsáveis por manter o ambiente de trabalho saudável, seguro e livre de qualquer violência à intimidade.

É bastante comum o juiz ressaltar, durante as sentenças indenizatórias, que a empresa “acobertou” o assédio ou “nada fez para impedi-lo”. Portanto, o assédio sexual no ambiente de trabalho, além de causar danos incalculáveis para a vida da vítima, também acarreta danos para a reputação e cofres da empresa. Neste último caso, o desfalque pode chegar a R$ 280 mil, dependendo da gravidade do caso.

Um caso internacional que podemos citar é o caso da Uber Technologies, aplicativo de transporte compartilhado. A empresa de tecnologia foi condenada a pagar US$ 1,9 mi em indenizações para um total de 56 vítimas de assédio sexual e moral. Além disso, em outro processo coletivo de discriminação salarial, foi decretado que a empresa pagasse para aproximadamente 500 mulheres e pessoas pertencentes a minorias, por volta de US$ 11 mil para cada vítima.

Nestes novos tempos, as pessoas estão começando a compreender que este tipo de visão de desigualdade entre gêneros não é normal e não é algo a ser tolerado. Segundo a Organização Mundial do Trabalho (OIT), as mulheres lideram a taxa de desemprego, trabalham mais horas que os homens e apenas 48% delas possuem trabalhos formais, contra 72% dos homens.

A igualdade de gênero tem o potencial de gerar US$ 2 trilhões para a economia da América Latina até 2025, o que representaria um salto de 34% no PIB latino-americano. Com isso, podemos concluir que a desconstrução de valores tóxicos e antigos sobre a masculinidade é uma vitória para os homens, mulheres, sociedade e economia.

Por Silaine Stüpp, especialista em diversidade de gênero, palestrante, profissional de marketing, fundadora e CEO da HerForce.

Extraído do portal Administradores.com 

Empresas


Vespa gigante com picada mortal assusta moradores dos Estados Unidos

Vespa gigante com picada mortal assusta moradores dos Estados Unidos

Universidade Federal do Piemonte da Diamantina deve ser implantada em Jacobina

Universidade Federal do Piemonte da Diamantina deve ser implantada em Jacobina

Bahia tem metade dos casos de chikungunya do Brasil; registros no estado cresceram 300%

Bahia tem metade dos casos de chikungunya do Brasil; registros no estado cresceram 300%

Fux explica decisão sobre caso Flávio Bolsonaro: ‘Se eu não o fizesse…’

Fux explica decisão sobre caso Flávio Bolsonaro: ‘Se eu não o fizesse…’

Luciano da Locar é favorito à reeleição em Jacobina, aponta pesquisa

Luciano da Locar é favorito à reeleição em Jacobina, aponta pesquisa

Cármen Lúcia nega pedido de Maluf para deixar a prisão

Cármen Lúcia nega pedido de Maluf para deixar a prisão

Filho de Betty Faria e Daniel Filho é alvo de operação contra tráfico de drogas

Filho de Betty Faria e Daniel Filho é alvo de operação contra tráfico de drogas

 Menina de 11 anos morre após se afogar enquanto brincava no rio São Francisco

Menina de 11 anos morre após se afogar enquanto brincava no rio São Francisco

Jacobina: Jovem sai de casa para vender moto e desaparece em Caatinga
do Moura

Jacobina: Jovem sai de casa para vender moto e desaparece em Caatinga do Moura

Sucesso no primeiro Festival de Baleado em Jacobina

Sucesso no primeiro Festival de Baleado em Jacobina