O juiz Rudson Marcos, que atuou no caso Mariana Ferrer, foi denunciado à Corregedoria Nacional de Justiça (CNJ), nesta terça-feira (3), pelo integrante do Conselho Nacional de Justiça Henrique Ávila. O conselheiro alega que a influenciadora foi submetida, com o consentimento do magistrado, a uma sessão de tortura psicológica liderada pelo advogado Cláudio Gastão da Rosa Filho, que defende André de Camargo Aranha, acusado de estupro de vulnerável.
“As chocantes imagens do vídeo mostram o que equivale a uma sessão de tortura psicológica no curso de uma solenidade processual. A vítima, em seu depoimento, é atacada verbalmente por Cláudio Gastão da Rosa Filho, advogado do réu”, afirmou Ávila ao solicitar que a corregedora Maria Thereza de Assis Moura adote providências. As informações são da coluna Radar, da Veja.
Ele pede que seja aberta uma Reclamação Disciplinar para a imediata e completa apuração da conduta do juiz. O magistrado denunciado trabalha no Tribunal de Justiça de Santa Catarina.
“Fotos da vítima são classificadas como ‘ginecológicas’; seu choro, como ‘dissimulado, falso’; sua exasperação, como ‘lagrima de crocodilo’. Afirma o advogado que não deseja ter uma filha ou que seu filho se relacione com alguém do ‘nível’ da vítima e que o ‘ganha-pão’ da vítima é a ‘desgraça dos outros’”, elencou o conselheiro.
Ávila destaca que a vítima foi humilhada pelo advogado do réu sem que o juiz tomasse qualquer providência para encerrar os ataques. “O magistrado, ao não intervir, aquiesce com a violência cometida contra quem já teria sofrido repugnante abuso sexual. A vítima, ao clamar pela intervenção do magistrado, afirma, com razão, que o tratamento a ela oferecido não é digno nem aos acusados de crimes hediondos”, acrescenta.
BNews
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