O incêndio que teve início há 23 dias (7 de dezembro) no povoado de Itapicuru, e se alastrou pela serra de João Belo e Canavieira, chegando até o povoado de Itaitu, em Jacobina, e Parque Estadual Sete Passagens, no município de Miguel Calmon, enfim foi controlado pela equipe de voluntários, brigadistas e bombeiros, com apoio de três aeronaves.
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Incêndios em Itaitu são controlados após 23 dias (Foto: Jacobina Notícias)[/caption]Os esforços incessantes de homens e mulheres que lutaram, desde o início do mês, deixando suas casas, famílias e vidas pessoais, para não permitirem a devastação de paraísos ecológicos em Itaitu, chegou ao fim nesta terça-feira (29). Membros do Bombeiros Civis Voluntários de Jacobina, Secretaria do Meio Ambiente, Corpo de Bombeiros, brigadistas voluntários e da Mineradora Yamana - com apoio de um helicóptero e dois aviões -, estiveram por longos dias combatendo os incêndios nas serras do município.
Atendendo a solicitações do Ministério Público, a justiça já havia determinado, no dia 20 de dezembro, que ações concretas fossem adotadas pelo Governo do Estado da Bahia e empresa Jacobina Mineração e Comércio (Yamana Gold). As exigências, na época, foram para que ações de combate aos focos de incêndios na região fossem intensificados e dessem fim a devastação ambiental que já durava 13 dias.
Todas as ações de combate e rescaldo tiveram fim nesta terça-feira.
Relembre
Relatos emocionantes de voluntários, publicados com exclusividade no Jacobina Notícias, chocaram não só a população, mas alertou as autoridades para a grande devastação que acontecia em Itaitu, um dos destinos mais visitados por turistas que vêm à região. "Não sei definir o meu sentimento nesse momento, se ódio, pena ou desespero. Acredito que todos eles juntos. Dá para ouvir a dor dos animais inocentes. Meu Deus, rogamos a ti senhor”, desabafou o voluntário Léo Amorim.
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Fogo devastou serras no povoado de Itaitu, em Jacobina (Foto: Saulo Corte)[/caption]Muitos voluntários passaram dias, semanas combatendo o incêndio, acampados na mata em Itaitu. Uma dessas pessoas foi Wesclei Reis, conhecido como Ameixa, que também fez um relato emocionante sobre os incêndios. “Galera, eu não estou tendo mais força. Galera, a luta aqui está grande, eu estou há uma semana dentro dessa mata esperando ajuda, e não chega ajuda", disse Wesclei antes da chegada das aeronaves. No mesmo relato, o voluntário citou a triste situação que testemunhou com animais. "Eu tenho imagens chocantes dos bichos morrendo, dos animais queimando, a mata em chamas. Preciso de ajuda!”.
Veja o vídeo
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Algumas campanhas para ajudar no combate ao fogo no Piemonte da Chapada Diamantina foram criadas. A ASPAFF - Associação de Ação Social e Preservação das Águas, Fauna e Flora da Chapada Norte -, por exemplo, arrecadou materiais de combate ao fogo, água, mantimentos em geral para os brigadistas, mostrou à sociedade o tamanho do impacto ambiental que estava acontecendo no município de Jacobina.
Experiência?
As chamas cessaram, o fogo não é mais combatido, mas a devastação ficou. O questionamento que fica é: até quando? O período das chuvas, ao que parece, está começando em Jacobina, ainda que timidamente, o que traz um alívio após meses de seca e focos de incêndio. Outro questionamento é sobre o que será feito para prevenir que outra tragédia ambiental como esta aconteça em Jacobina: que medidas serão adotadas? como o município vai se preparar para reagir a outros incêndios, caso venham a acontecer em 2016?
O momento é de comemorar, mas o debate quanto à proteção das belezas naturais de Jacobina deve existir muito antes de um incêndio criminoso atingir as serras.
Jacobina Notícias
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