Um idoso morador de Salvador, que morreu na madrugada de terça-feira (26) com Covid-19, foi impedido por moradores de um distrito da cidade de Palmeiras, na região da Chapada Diamantina, de ser enterrado no jazigo da família.
Armando Carlos tinha 70 anos e estava internado na UTI do Hospital Português. A esposa dele, de 73 anos, também está com o novo coronavírus e está na UTI do mesmo hospital.
De acordo com a família, o carro da funerária com o corpo do idoso foi impedido de entrar no cemitério de Campo de São João, a 50 quilômetros do centro de Palmeiras. Alguns moradores fizeram um protesto, alegando que o enterro no local significava risco para a população.
Conforme informou Thíssia Ramos, filha de criação de Armando, ele era natural de São Paulo, mas morava em Salvador há mais de 40 anos. Ele era casado com uma mulher natural de Palmeiras e, no distrito de Campo de São João, a família tinha um jazigo. Inclusive, a mãe de Thíssia faleceu em 2019 e foi enterrada no mesmo local.
A família detalhou que, como era desejo do idoso ser enterrado no distrito de Campos de São João, o corpo saiu de Salvador ainda na terça e chegou ao distrito por volta das 17h, quando começou toda a confusão no local.
Os familiares disseram que tentaram realizar o enterro até às 20h30 mas não conseguiram. por causa disso, o corpo do idoso foi enterrado em um cemitério do centro de Palmeiras. Agora, a preocupação de Thíssia é que, caso a esposa do idoso venha a falecer, a família passe pelo mesmo problema.
"A gente passou por essa questão e estamos preocupados. Minha tia está em estado grave e, infelizmente, a gente não descarta a possibilidade da morte. Se ela vier a falecer, a gente vai passar por isso de novo? Ela nasceu lá", lamentou Thíssia.
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