Aos 94 anos, Maria da Mata Mussi é uma mulher apaixonada pela vida. Lúcida, leva uma vida tranquila em Nova Granada, a 473 quilômetros de São Paulo. Todos os dias faz o seu café e caminha pela casa com a ajuda de um andador, por conta de um desgaste no quadril que a deixou com dificuldades de locomoção.
No último dia 8, venceu a batalha contra a Covid-19, quando teve alta do hospital após uma semana internada. Assim que teve alta, como recomendação médica, cumpriu os 14 dias de isolamento social.
"Eu nem sabia que estava com essa doença. Quando os médicos me falaram só pedi a Deus porque tenho muita fé. Agora eu estou em casa e estou bem. Estou comendo de tudo, andando e dormindo bem", afirma Maria.
Não só a idade coloca a idosa no grupo de risco. Ela também faz tratamento contra um câncer de pele desde janeiro, tem um marcapasso, diabetes e pressão alta. Segundo a advogada Mariana Eleodoro Mussi, 27, neta de Maria, os médicos chegaram a desacreditar na cura da idosa.
"Ficamos desesperados, porque sabemos que ela é debilitada e pouco se sabe sobre essa doença, então foi um choque muito grande para a família quando o teste dela deu positivo. Os médicos chegaram a dizer que não sabiam se ela se curaria já que ela tem várias comorbidades."
Maria estava há quatro meses morando na casa de uma filha, em São Paulo, onde fazia tratamento contra o câncer de pele no Hospital das Clínicas. Foi na capital paulista que ela começou a apresentar os primeiros sintomas da doença, como falta de ar e tosse, no dia 14 de abril.
O primeiro exame, teste rápido, deu negativo. Quatorze dias depois, sem melhoras e tendo piorado o seu quadro de falta de ar, Maria foi encaminhada ao hospital de campanha do Anhembi-Morumbi.
Um dia depois, por escolha da família foi transferida para o Hospital de Base, em São José do Rio Preto, a 36 km de onde ela mora.
Após novo exame, desta vez positivo, Maria permaneceu internada na enfermaria em isolamento. Os familiares que tiveram contato com ela fizeram teste, com resultado negativo. "Ela não apresentou a forma mais grave da doença. Não teve que ficar na UTI e nem ser intubada, apenas a colocaram no oxigênio por causa da falta de ar. A gente não sabe onde ela pegou a doença."
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