Haddad vira réu por corrupção e lavagem de dinheiro

Published at : 02 Mar 2022


O ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT) virou réu por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, após o juiz Leonardo Barreiros, da 5ª Vara Criminal da Barra Funda, aceitar a denúncia proposta pelo promotor Marcelo Mendroni, do Gedec, Grupo Especial de Delitos Econômicos.

A denúncia do Ministério Público partiu de delações feitas na Operação Lava Jato. Além de Haddad, outras cinco pessoas viraram réus na ação, incluindo o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto e o doleiro Alberto Youssef (veja lista ao final da reportagem). O MP também havia feito denúncia do crime de formação de quadrilha, mas este trecho da acusação não foi aceito pela Justiça.

De acordo com a denúncia, entre abril e maio de 2013, Ricardo Ribeiro Pessoa, presidente da empreiteira UTC Engenharia S/A, recebeu um pedido de Vaccari da quantia de R$ 3 milhões.

O valor serviria para o pagamento de uma dívida de campanha do então recém-eleito prefeito de São Paulo Fernando Haddad, contraída com gráfica que pertencia a ex-deputado estadual do PT Francisco Carlos de Souza, o Chicão. Nestas condições, João Vaccari Neto, segundo a acusação, representava e falava em nome de Fernando Haddad.

O ex-prefeito de São Paulo e candidato derrotado do PT à Presidência da República já negou reiteradas vezes ter cometido irregularidades e diz que a denúncia se baseia em delação de quem teve "interesses contrariados" 

'Contabilidade paralela'

Ricardo Pessoa e Fernando Haddad, segundo a denúncia, se reuniram algumas vezes durante a campanha eleitoral no decorrer de 2012. Ainda segundo a denúncia, constou na agenda de Fernando Haddad já no exercício do mandato de prefeito que ele recebera Ricardo Pessoa pessoalmente, no dia 28 de fevereiro de 2013.

Ricardo Pessoa, segundo o apurado pelo MP, mantinha uma espécie de “contabilidade paralela” junto a João Vaccari, relativa a propinas pagas em decorrência de contratos de obras da UTC Engenharia S/A com a Petrobras, com uma “dívida” a saldar, em pagamentos indevidos de propinas, da ordem de R$ 15 milhões.

"Ocorre que a solicitação de R$ 3 milhões teria sido atendida. Sendo assim, Ricardo Pessoa a prometeu e ofereceu diretamente para João Vaccari Neto e indiretamente para Fernando Haddad. Na sequência e de modo a viabilizar o pagamento, Ricardo Pessoa e João Vaccari Neto trocaram informações a respeito dos números de telefone dos seus prepostos", diz a denúncia.

Ainda segundo o MP, "para operacionalizar aquele pagamento indevido, João Vaccari Neto indicou e lhe passou o número de telefone celular de Francisco Carlos de Souza (deputado estadual 'Chicão'). Além disso, o MP aponta que Pessoa também orientou João Vaccari Neto no sentido de que os contatos para o pagamento deveriam ser realizados através de seu diretor financeiro, Walmir Pinheiro Santana, que negociou o valor para diminuí-lo para R$ 2,6 milhões.

O MP afirma que um esquema foi montado de modo que parte do dinheiro de uma "conta de caixa dois" que empreiteira UTC Engenharia S/A detinha junto com o doleiro Alberto Youssef era usado para pagamento a gráficas.

Veja a lista de réus:

João Vaccari Neto - corrupção passiva e lavagem de dinheiro

Francisco Carlos de Souza - corrupção passiva e lavagem de dinheiro

Ricardo Pessoa - corrupção ativa

Walmir Pinheiro Santana - corrupção ativa

Alberto Youssef - lavagem de dinheiro

O que dizem os réus

Por meio de nota, a assessoria de Haddad informou nesta segunda-feira (19) que "a denúncia é mais uma tentativa de reciclar a já conhecida e descredibilizada delação de Ricardo Pessoa".

"Com o mesmo depoimento, sobre os mesmos fatos, de um delator cuja narrativa já foi afastada pelo STF, o Ministério Público fez uma denúncia de caixa 2, uma denúncia de corrupção e uma de improbidade. Todas sem provas, fincadas apenas na desgastada palavra de Ricardo Pessoa, que teve seus interesses contrariados pelo então prefeito Fernando Haddad. Trata-se de abuso que será levado aos tribunais", completa a nota.

A reportagem entrou em contato com o advogado de João Vaccari e aguarda resposta. O reportagem tenta contato com a defesa dos demais réus.

O advogado de Alberto Youssef, Antônio Figueiredo Bastos, disse por telefone que não vai comentar.

Fonte: G1

Política


Irecê: PF desarticula quadrilha especializada em fraudes previdenciárias

Irecê: PF desarticula quadrilha especializada em fraudes previdenciárias

Lula diz que Congresso 'assaltou' poder de Dilma

Lula diz que Congresso 'assaltou' poder de Dilma

Marcelo Odebrecht é condenado a 19 anos de prisão

Marcelo Odebrecht é condenado a 19 anos de prisão

Aumenta número de apreensão de drogas em rodovias federais que cortam a
Bahia

Aumenta número de apreensão de drogas em rodovias federais que cortam a Bahia

Prefeitos eleitos tomam posse em 5.472 municípios; 96 ficam pendentes

Prefeitos eleitos tomam posse em 5.472 municípios; 96 ficam pendentes

Bahia registra 3.090 casos da Covid-19 em 24h e mortes chegam a 8.893

Bahia registra 3.090 casos da Covid-19 em 24h e mortes chegam a 8.893

Policiais militares apreendem armas e resgatam adolescente em Mirangaba

Policiais militares apreendem armas e resgatam adolescente em Mirangaba

Repórteres da TV Bahia são agredidos por seguranças e apoiadores de Bolsonaro

Repórteres da TV Bahia são agredidos por seguranças e apoiadores de Bolsonaro

João Isidório teve lesão na coluna e na cabeça, informa laudo obtido pela família

João Isidório teve lesão na coluna e na cabeça, informa laudo obtido pela família

Médica segue internada em estado grave um mês após cair do 5º andar de prédio durante discussão com companheiro

Médica segue internada em estado grave um mês após cair do 5º andar de prédio durante discussão com companheiro