[dropcap]U[/dropcap]ma operação da Divisão de Repressão a Contrabando e Descaminho (Direp) da Receita Federal resultou na apreensão de cerca de 36 mil relógios contrabandeados, falsificados ou sem o selo do Imposto de Produtos Importados (IPI) que estavam sendo comercializados em box do Feiraguai, espécie de feira de importados, em Feira de Santana (a 108 km de Salvador).
A operação ocorreu durante a manhã desta quinta-feira, 13, e reuniu além da receita, policiais civis, militares e rodoviários federais.
No total, mais de 20 boxes foram fiscalizados e tiveram as mercadorias apreendidas. De acordo com Joselito Correia, chefe da Direp, a operação tem o objetivo de tirar de circulação produtos contrabandeados e falsificados, principalmente relógios. "Em setembro, realizamos operações em Salvador e Alagoinhas onde apreendemos mais de 15 mil relógios e os proprietários informaram que as mercadorias eram fornecidas por comerciantes daqui do Feiraguai, por isto realizamos esta operação", afirmou.
Ele informou ainda que alguns comerciantes apresentaram notas fiscais, mesmo assim os produtos foram apreendidos, já que eram falsos. "Se os produtos são falsificados, as notas também são. Por isto estamos levando tudo. Todo o material será encaminhado para o depósito da receita federal e posteriormente destruído", informou.
A operação deixou comerciantes e clientes do local revoltados. "Somos pais de família, estamos aqui para ganhar o pão de cada dia. Eles fazem uma operação desta aqui e deixam livres as fronteiras onde o material entra fácil. O combate tem que ser feito de lá para cá e não dos pequenos", disse, sem esconder a raiva o comerciante Luiz Alberto Fernandes.
Durante a operação, todos os boxes fecharam as portas. Alguns voltaram a funcionar por volta das 13 horas, após a saída da polícia e fiscais, outros não abriram mais. "Já tivemos prejuízo mesmo, ninguém vem mais hoje aqui comprar, pois ficam com medo", falou outro comerciante.
Prisão
Durante a operação, o comerciante Eloi de Oliveira, 70 anos foi preso já que em seu box foram encontrados diversos comprimidos de Pramil e Eurofex, utilizados para combater a impotência sexual. Segundo a delegada Carla dos Santos, da Delegacia de Defesa do Consumidor, os comprimidos estavam armazenados em uma sacola plástica escondidos em uma gaveta do estabelecimento.
"Ele nega que seja o dono alegando que alguém pediu para ele guardar, mas encontramos no estabelecimento dele. Ninguém vai confessar um crime, isto é muito difícil", explicou.
O idoso foi encaminhado para o Complexo de Delegacias do Sobradinho onde foi autuado em flagrante por adulteração e corrupção de remédios controlados, que prever pena de 10 a 15 anos de prisão.
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