O grupo Estado Islâmico (EI) está vendendo mulheres no mercado de escravos, algumas "pelo preço de um pacote de cigarros", segundo denúncias feitas pela Organização das Nações Unidas (ONU) na segunda-feira (8).
A enviada da ONU Zainab Bangura esteve no Iraque e na Síria em abril de 2013, desenvolvendo ações para combater a violência sexual exercida pelos jihadistas. "É uma batalha sobre os corpos destas mulheres", disse Bangura em conversa com a Agence France Presse (AFP).
"Sequestram as mulheres quando conquistam as áreas (...), meninas jovens, algumas vendidas por tão pouco quanto o preço de um pacote de cigarros", disse Bangura, que conversou com mulheres e adolescentes que conseguiram escapar do cativeiro em zonas controladas pelos terroristas.
Os jihadistas seguem levando jovens mulheres aos mercados de escravos, mas o número total de reféns é ignorado. "Entre estas jovens sequestradas, mais de 100 foram banhadas e colocadas nuas em um quarto antes de serem exibidas para um grupo de homens", relatou Bangura à AFP.
O sequestro de mulheres jovens está se tornando uma parte essencial da estratégia do EI para recrutar jovens combatentes, base da força militar do grupo. "Atraem os jovens jihadistas dizendo: 'temos mulheres jovens esperando vocês, virgens com as quais poderão casar'", revela Bangura.
Segundo informações da AFP, um relatório recente da ONU afirma que cerca de 25 mil combatentes estrangeiros, de mais de 100 países, estão envolvidos em conflitos em todo o mundo, a maioria no Iraque e na Síria.
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