Enquanto o mundo volta a atenção para a troca de farpas entre a Coreia do Norte e os Estados Unidos, a vida segue para os 77 milhões de habitantes da península coreana. Embaixador do Brasil na Coreia do Sul, Luis Serra acredita que o nível de tensão no país já foi maior e que não há sinal de pânico na população. O encarregado de negócios na Coreia do Norte, Cleiton Schenkel, concorda. Ainda assim, Serra garante que já foi criada uma estratégia para salvaguardar os cerca de 400 brasileiros no local, em caso de eventual intervenção militar.
"Dá para usar a imagem de um eletrocardiograma. Eu diria que, em abril deste ano, houve um pico. Agosto, em função dos dois testes balísticos de julho, está mais alto do que maio e junho, que foram meses mais tranquilos. Tem sido assim há muitos anos. Não há um curva de ascensão constante, nem de queda", contou ao jornal O Globo. Conforme o embaixador, o plano de retirada foi submetido ao Ministério das Relações Exteriores no Brasil e pode ser posto em ação, se necessário. Mesmo considerando que metade dos brasileiros que residem na Coreia do Sul tem dupla nacionalidade, "e podem não querer deixar o país", Serra diz que o plano de contigência inclui a todos.
Na Coreia do Norte, há apenas três brasileiros: Schenkel, a mulher e o filho. De acordo com o encarregado de negócios, a vida também segue sem muitas alterações, considerando o rígido regime imposto po Kim Jong-un e sem maiores informações sobre uma estratégia de segurança, em caso de conflito. "Por aqui, se existe plano de contingência para a população local, ninguém informa a respeito. Sobre as embaixadas e escritórios das organizações internacionais, cada uma tem seu plano, sendo que os estrangeiros têm bastante contato entre si para intercâmbio de informações sobre um eventual perigo, até porque é uma comunidade pequena", detalhou Schenkel a O Globo.
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