Eleições 2020 em Jacobina: Estamos só no aquecimento, por José Antônio Valois

Published at : 17 Feb 2022

O ex-governador de Minas Gerais Magalhães Pinto já disse certa vez que “política é como nuvem. Você olha e ela está de um jeito. Você olha de novo e ela já mudou".  Talvez por ser tão dinâmica, a politica seja tão interessante.

Historicamente existem dois grupos políticos em Jacobina: Jacus e Carcarás. Podemos dizer que os Jacus são liderados por Leopoldo Passos (PSD) e os Carcarás por Rui Macedo (MDB). Ambos já foram prefeitos da cidade por dois mandatos e inegavelmente seus respectivos apoios ainda são importantes para qualquer candidato que tenha pretensão de governar a cidade.

Na eleição municipal de 2012 vimos um intruso nesse baile.  Amauri Teixeira (PT) foi candidato a prefeito de Jacobina e conseguiu 8.182 votos, o que representou 20,26% dos votos válidos. Em 2016, Amauri Teixeira aumentou sua votação para 11.652 votos, representando 27,90% dos votos válidos.

Diante disso deixo minha primeira provocação: esses votos demonstram o crescimento do PT na cidade ou os eleitores estão em busca de uma candidatura que não esteja ligada aos Jacus e Carcarás?
Até agora são pré-candidatos a prefeito: Amauri Teixeira (PT), Cícero Monteiro (PT), José Maria Fagundes (PRTB), Kátia Alves (PP), Tiago Dias (PC do B) e o prefeito Luciano da Locar (DEM) que já declarou sua intenção de disputar a reeleição.

É interessante notar que depois do advento da reeleição, somente Leopoldo Passos conseguiu vencer 2 eleições consecutivas (2000 e 2004). Em 2016 apenas 47% dos prefeitos que tentaram a reeleição foram bem sucedidos. Esse índice foi de 55% em 2012 e 66% em 2008. Ou seja, a máquina pública parece que tem perdido sua força ao longo dos anos.

O experiente publicitário Carlos Manhanelli sempre afirma que reeleição é uma espécie de plebiscito. Segundo ele, se o eleitor aprova a gestão do mandatário a tendência é reconduzi-lo ao cargo, caso contrário, o voto será em busca de mudança.

Muitos atribuem a vitória de Luciano da Locar na eleição passada em sua promessa de “reabrir” o Hospital Regional Vicentina Goulart. Locar afirmou durante a campanha que sendo eleito essa reabertura ocorreria em 01 de janeiro de 2017. Mas na prática o atendimento pelo SUS ainda não se concretizou. O HRVG foi desapropriado neste ano de 2019 e espera-se para dia 20 de dezembro sua “reabertura”. E agora fica mais uma provocação. Havendo de fato a “reabertura” do Regional. Será esse o fato que reconduzirá Luciano da Locar à Prefeitura de Jacobina?

Outra pré-candidata é Kátia Alves que disputou uma vaga na Assembleia Legislativa da Bahia em 2018. Kátia obteve 3.293 votos em Jacobina e 4.940 no geral. Ela saiu do Partido dos Trabalhadores (PT) e agora está no Partido Progressista (PP). Liderança no PP, o deputado estadual Eduardo Salles defende a pré-candidatura de Kátia, mas já declarou a uma rádio local que não descartaria uma aliança com o pré-candidato Tiago Dias do Partido Comunista do Brasil (PC do B).

Tiago Dias também se candidatou a Deputado Estadual no ano passado. Ele conseguiu 14.921 votos, desse total, 11.163 eram de eleitores de Jacobina. Votação que surpreendeu bastante.

O ex-prefeito Rui Macedo não sinalizou se quer disputar de novo a Prefeitura de Jacobina. Rui já afirmou em outras eleições que não se lançaria candidato, mas acabou mudando de ideia várias vezes... Acrescente-se que o vereador Pedro Nascimento - ligado a Rui Macedo - já declarou na tribuna da Câmara seu apoio a Tiago Dias. E aí cabe mais uma pergunta: Pedro Nascimento faria isso sem o aval de Rui?

Leopoldo já declarou que ele e nem sua esposa, a ex-prefeita Valdice Castro têm interesse em disputar novamente a eleição. Em recente entrevista, Leopoldo falou que apoiará novamente Luciano em 2020. Como política sempre tem surpresa. É prudente aguardar...

Cicero Monteiro (PT) foi nomeado para coordenar o Escritório de Representação do Governo em Brasília. Ficando assim mais distante de Jacobina.

José Maria Fagundes (PRTB) foi vice-prefeito de Rui Macedo e afirmou que se o grupo decidir por outro nome que não seja o dele, ele acatará a decisão.

Existe também a movimentação daqueles que querem compor chapas. E que buscam valorizar seus votos a fim de obter maior espaço político. Talvez a gente veja vereadores migrando de grupos políticos em busca de mais “reconhecimento”.

Lembrando que 04 de abril 2020 (seis meses antes da eleição) é o último dia para registro de filiação dos candidatos nos partidos. E no período de 20 de julho a 05 de agosto de 2020 deverão ser realizadas as convenções partidárias para oficializar as candidaturas para vereadores e prefeitos.

Até lá poderemos ter muitas novidades. Em 2020 não haverá coligação para a proporcional, ou seja, na eleição para vereador. Esse pode ser um fator que estimule alguns partidos a lançarem nomes na majoritária (prefeito) para alavancar aqueles que pleiteiam uma cadeira na Câmara de Vereadores.

Acredito que numa época onde a polarização politica está tão exacerbada.  O voto de opinião tem crescido e a redes sociais estimula o eleitor a debater cada vez mais sobre politica. É importante que os candidatos tenham posições bem definidas e coerentes.

Como bem disse Winston Churchill: “A política é quase tão excitante como a guerra e não menos perigosa. Na guerra a pessoa só pode ser morta uma vez, mas na política diversas vezes”.

Do autor

Uma coluna sugerida pelo Jacobina Notícias ao José Antonio Valois, que é Especialista em Administração e Marketing Esportivo. Sugestões de pauta, dúvidas e/ou críticas envie um e-mail para javalois@hotmail.com

Eleições 2020,Política,Jacobina


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