[dropcap]T[/dropcap]ransformado em um duelo entre a ex-senadora Marina Silva (PSB) e a presidente Dilma Rousseff (PT), o segundo debate presidencial da TV aberta isolou o ex-governador de Minas Gerais Aécio Neves (PSDB) na terceira posição na disputa pelo Planalto, acreditam analistas.
Três dias após uma pesquisa do Datafolha revelar um empate técnico entre Marina e Dilma no primeiro turno (cada uma teria 34% das intenções de voto) e a vitória da candidata do PSB sobre a petista em um eventual segundo turno (50% contra 40% das intenções de voto, respectivamente), o debate promovido pelo SBT em parceria com o jornal Folha de São Paulo, UOL e a rádio Jovem Pan "consagrou" as duas candidatas, acredita Carlos Manhanelli, presidente da Associação Brasileira de Consultores Políticos.
"O embate foi entre elas; esse debate foi uma consagração das duas como as fortes oponentes desta eleição. Elas polarizaram todas as questões, se mostraram muito seguras, enquanto Aécio ficou muito apático", diz Manhanelli, que tem mais de 40 anos de experiência no ramo de marketing político e consultoria.
Para Ricardo Ismael, doutor em Ciência Política pelo IUPERJ e coordenador do laboratório de pesquisa Governo, Desenvolvimento e Equidade, da PUC-Rio, o debate foi crucial a ponto de enterrar a campanha do tucano.
"A eleição acabou para o Aécio. É como se já estivéssemos vivendo o segundo turno. A eleição caminhou para uma polarização muito rápida entre Dilma e Marina. As duas estavam mais nervosas, porque sabiam que qualquer erro poderia comprometer votos, enquanto Aécio se mostrou muito mais tranquilo e confortável, aceitando sua posição de terceiro lugar", diz.
Ismael acredita que o recuo do ex-governador de Minas, que na última pesquisa do Datafolha caiu de 20% para 15% das intenções de voto no 1º turno, configura uma diferença "irreversível".
Fonte: BBC Brasil
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