[dropcap]C[/dropcap]ubanos natos, moradores e visitantes da ilha governada pelos Castro a rigor podem acessar o YouTube com liberdade. O problema é que, na prática, a maioria não consegue assistir a nenhum vídeo.
Velocidade, qualidade de conexão, preço e quantidade de pontos de acesso à internet sempre foram pedras no caminho de quem passa pelo único país comunista das Américas. Agora, se depender das promessas recentes de Raúl Castro e Barack Obama, líderes de Cuba e dos Estados Unidos, a barricada tecnológica pode cair.
Em discurso simultâneo feito em 17 de dezembro, ambos anunciaram, entre outras medidas, que provedores americanos de telecomunicações poderão instalar sua infraestrutura e exportar serviços para a ilha caribenha. Para "melhorar a comunicação entre os países", a Casa Branca disse por comunicado que quer estimular a oferta de "serviços comerciais de telecomunicações e internet" - inclusive via smartphones.
À BBC Brasil, moradores da ilha disseram que uma única hora de acesso à rede hoje pode custar até US$ 8. O valor equivale a 40% do salário mensal de 8 em cada 10 cubanos - cuja renda é de aproximadamente US$ 20 por mês.
Incomum em residências, o acesso é realizado normalmente em universidades ou espécies de lan houses estatais criadas pelo governo em 2013 - há 154 no país, segundo fontes oficiais. Mas enquanto o Estado afirma que 25% dos cubanos têm acesso à rede, entidades internacionais de direitos humanos alertam que apenas 5% acessam a "internet total", isto é, sem restrições, páginas controladas ou bloqueadas.
De acordo com relatório divulgado em novembro pela UIT (União Internacional de Telecomunicacões), Cuba ocupa o 160º lugar em um ranking mundial que mede acesso a telefonia, banda larga, residências com internet e computadores.
A lista inclui 166 países - considerados piores que Cuba, só a Eritrea, a República Democrática do Congo, a República Centro-Africana, Chade, Mianmar e Madagascar.
Notícias,Política,Protestos,Mundo