[dropcap]O[/dropcap]primeiro paciente com suspeita de ebola no Brasil chegou no início da manhã desta sexta-feira (10) ao Rio de Janeiro. O africano Souleymane Bah, 47 anos, que é de Guiné, na África, foi transportado em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) e foi levado para o Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
O paciente estava internado na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) II, em Cascavel, no Paraná. Ele relatou que nos dois últimos dias teve febre. Até o início da noite desta quarta-feira (9), estava subfebril e não apresentava hemorragia, vômitos ou quaisquer outros sintomas. Está em bom estado geral e é mantido em isolamento total.
Por estar no 21º dia, limite máximo para o período de incubação da doença, foi considerado caso suspeito, seguindo os protocolos internacionais.
A Guiné é um dos três países que concentram o surto da doença na África. O ebola só é transmitido por meio do contato com o sangue, tecidos ou fluidos corporais de indivíduos doentes, ou pelo contato com superfícies e objetos contaminados. O vírus é transmitido quando surgem os sintomas.
A notícia ocorre no mesmo dia em que o Secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa, afirmar que, embora baixo, existia o risco de o Brasil registrar um caso da doença. Pela manhã, ele disse que o sistema de vigilância montado era adequado e que instituições de saúde estavam em treinamento constante para identificar casos suspeitos e para adotar as medidas de segurança necessárias, caso isso ocorresse.
O mundo vive hoje a pior epidemia de ebola da história. Foram registrados 8.011 casos na Guiné, Libéria e Serra Leoa, com 3.857 mortes, de acordo com dados da Organização Mundial de Saúde.
Nigéria, Senegal e Estados Unidos e Espanha apresentaram transmissões localizadas. Juntos, foram contabilizados nestes países 21 pacientes com a doença e 8 mortes. Transmitida por um vírus, a doença é fatal em cerca 65% dos casos.
A infecção ocorre através do contato com sangue, fluidos corporais da pessoa infectada ou do animal doente, como macacos, capivaras e porcos-espinhos. Ao contrário de outras doenças, no entanto, a transmissão ocorre quando o paciente já apresenta os sintomas da infecção. Os principais são febre, fraqueza, dores abdominais, vômito e hemorragias.
Correio24h
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