O presidente Jair Bolsonaro voltou a comentar, em conversa com apoiadores nesta terça-feira (13/7), a situação em Cuba, onde houve protestos contra o governo do país no fim de semana. Ele acusou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), apoiador do regime cubano, de estar agindo contra “o movimento de liberdade” para o país caribenho.
Bolsonaro começou criticando o programa Mais Médicos, que contava com um contingente de médicos cubanos para atuar em regiões remotas do país e que sofreu cortes desde o início de 2019.
“Tinham uns 15 mil aqui no Brasil recebendo 20% do salário, devolvendo 80% para o governo cubano. Ninguém falava nada aqui, só eu falava. Tanto é que quando eu fui eleito, eles já foram embora antes de eu assumir. Era uma farsa a medicina cubana aqui, era pra dar dinheiro para a ditadura cubana”, acusou o mandatário.
Na sequência, ele criticou a postura de Lula torno dos protestos. “Vocês podem ver, eu apoio lá o movimento do pessoal que pede liberdade. Agora, o que o Lula acha do que tá acontecendo em Cuba? Ele tá contra o movimento de liberdade pra Cuba. E tem gente que apoia esse cara pra ser presidente do Brasil. Qual vai ser o futuro nosso se esse bandido for eleito presidente da República?”
Em entrevista à Rádio Bandeirantes na manhã desta terça-feira (13/7), Lula afirmou que o bloqueio econômico imposto pelos Estados Unidos no país é o entrave que impede o desenvolvimento cubano.
“Se Cuba não tivesse um bloqueio, poderia ser uma Holanda. Tem um povo intelectualmente preparado, altamente educado. Mas Cuba não conseguiu nem comprar respiradores por causa de um bloqueio desumano dos EUA”, afirmou o petista.
Lula questionou a razão pela qual as manifestações em Cuba vêm recebendo tamanha atenção. Ele afirma que houve apenas uma passeata e que, inclusive, o presidente estava presente. “Já cansei de ver faixa contra Lula, contra Dilma, contra o Trump… As pessoas se manifestam. Mas você não viu nenhum soldado em Cuba com o joelho em cima do pescoço de um negro, matando ele… Os problemas de Cuba serão resolvidos pelos cubanos”, disse.
Protestos em Cuba
Sob os gritos de “liberdade” e “abaixo a ditadura”, milhares manifestaram em Havana por causa da piora da pandemia de coronavírus no país e da falta de vacinas.
Segundo o site Our World In Data, só 27% da população do país caribenho recebeu ao menos uma dose da vacina contra Covid-19.
De acordo com relatos publicados nas redes sociais, alguns manifestantes que protestavam contra o governo foram presos. Os moradores também afirmam que houve cortes de eletricidade na ilha.
O presidente cubano, Miguel Díaz-Canel, marchou pelas ruas de Havana acompanhado de militantes do partido, que entoaram gritos como “Viva Cuba” e “Viva Fidel”.
Por Flávia Said / Metrópoles
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