A Bahia foi o segundo estado com o maior número de pessoas beneficiadas com o auxílio emergencial do Governo Federal, segundo pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada nesta terça-feira (30). De acordo com o órgão, 61,2% dos baianos contaram com o auxílio, no mês de maio.
Segundo informações do IBGE, em maio, a Bahia ficou atrás apenas de São Paulo no ranking dos estados brasileiros. O órgão informou que 9,1 milhões de baianos foram de alguma forma atendidos pelo auxílio. O montante recebido pela população do estado ficou em torno de R$ 2,4 bilhões, no mês de maio. O valor equivale a 10,3% da verba nacional.
"A dimensão do auxílio na Bahia, com esses 9,1 milhões de pessoas, mais de 60% da população, ele reflete o impacto que a pandemia teve no mercado de trabalho, na busca pelo trabalho e na renda das pessoas na Bahia. Esses fatores estão ligados", disse a supervisora do IBGE na Bahia, Mariana Viveiros.
A pesquisa aponta que a cada dez baianos, seis receberam o auxílio. Os dados também mostram que, em pelo menos 180 mil residências de famílias com baixa renda, nenhum morador recebeu o auxílio.
"É um número importante porque são os domicílios de baixa renda que mais necessitam desse tipo de complementação e provavelmente isso tem a ver com a dificuldade na solicitação do auxílio. Os auxílios geralmente são solicitados pela internet, você precisa ter CPF e é importante o número de pessoas que não têm CPF no país", analisou Mariana.
Mesmo com mais de 60% da população recebendo o auxílio, existem pessoas que não conseguiram o benefício.
"Eu estou inscrito no cadastro do auxílio emergencial e, até hoje, nada. Estou sem trabalhar há algum tempo e não consegui nada até hoje, mandaram uma mensagem para mim dizendo que era para entrar no site da Caixa para realizar um novo cadastro, mas eu não consegui", disse Jairo Santos, que está desempregado.
Quase 70% de todos os recursos do Auxílio Emergencial na Bahia foram destinados à metade dos domicílios com mais baixos rendimentos per capita no estado, de até R$ 374,9 por mês. Porém, cerca de 476 mil pessoas dos grupos de rendimentos mais baixos no estado não receberam o benefício. O número representa 19,8% do total da população de baixa renda na Bahia.
Poder aquisitivo
Ainda segundo a pesquisa do IBGE, o recebimento do auxílio representou um aumento do poder aquisitivo da população baiana no mês de maio. Cerca de 25,9% de crescimento no rendimento domiciliar per capita médio dos baianos, que passou de R$ 628,7 para R$ 791,5 (mais R$ 162,8).
O dado representa o quarto maior aumento entre os estados brasileiros, abaixo dos verificados em Maranhão (+32,7%), Amapá (+28,8%) e Alagoas (+26,9%). Mesmo assim, a Bahia se manteve com o quinto rendimento mais baixo do país, em maio.
Foto: Robson Guedes / Jacobina Notícias
Coronavírus,Bahia