[dropcap]A[/dropcap] violência atingiu mais os civis, com mais de 2 mil mortos em incidentes registrados como tendo sido causados por jihadistas em novembro. A maioria dos ataques foram feitos pelo grupo autodenominado Estado Islâmico, aumentando o número de mortos no Iraque e na Síria.
Jihadistas é como passaram a ser conhecidos nos últimos anos os grupos militantes muçulmanos que acreditam no uso da violência para impor e fazer avançar em várias partes do mundo sua visão radical do islamismo.
Quatro países concentram 80% das mortes
Os dados mostram que 5.042 pessoas foram mortas em 664 ataques jihadistas em 14 países - uma média diária de 168 mortes, ou sete a cada hora. Cerca de 80% das mortes ocorreram em apenas quatro países - Iraque, Nigéria, Síria e Afeganistão, de acordo com a análise de reportagens publicadas na mídia e de relatórios da sociedade civil.
O Iraque foi o lugar mais perigoso para se estar no período, com 1.770 mortes em 233 ataques, que vão desde tiroteios a atentados suicidas. Na Nigéria, 786 pessoas, quase todas civis, foram mortas em 27 incidentes envolvendo o Boko Haram. Foram, na maioria das vezes, explosões e tiroteios grandes e indiscriminados, como o ataque à mesquita central no norte da cidade de Kano, que deixou 120 mortos.
Veja o vídeo em que o Estado Islâmico executa 1.500 jovens no Iraque
Atenção: Cenas muitos fortes +18
O Boko Haram também avançou pela fronteira de Camarões, matando 15 pessoas. Enquanto isso, na África Ocidental, o grupo Al-Shabab matou 266 pessoas na Somália e no Quênia. O Afeganistão teve praticamente o mesmo número de mortes que a Nigéria (782), mas a tendência verificada no país foi de ataques com alvos específicos, como o atentado contra o vice-governador de Kandahar. Na Síria, devastada pela guerra, foram mortas 693. No Iêmen, houve 410 mortes em 37 ataques.
Entre os 16 grupos jihadistas envolvidos na matança, o "Estado Islâmico" foi o que mais matou - foram 2.206 pessoas no Iraque e na Síria, 44% do total de mortes no período.
O diretor do Centro Internacional para o Estado da Radicalização, Peter Neumann, disse que o Estado Islâmico "rivalizou com - ou até mesmo substituiu - a Al-Qaeda como líder do jihadismo global".
Civis são as principais vítimas
Os civis foram os mais atingidos pelos ataques, com um total de 2.079 mortos, seguidos de 1.723 militares. Mas as proporções variaram significativamente entre os países. Na Nigéria, cerca de 700 civis foram mortos - pelo menos 57 crianças -, enquanto apenas 28 mortes foram de militares.
Reportagem BBC Brasil
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