O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse nesta quinta-feira, 26, que o assassinato do secretário-geral do partido de oposição Ação Democrática, Luis Manoel Díaz, é um caso de morte por encomenda, para perturbar as eleições legislativas previstas para 6 de dezembro.
"O ministro do Interior [Gustavo González López] já tem elementos que apontam uma morte encomendada, ajuste de contas entre grupos criminosos", disse o presidente, que participou nesta quinta-feira de encontro com camponeses e pescadores no estado de Portuguesa (480 quilômetros a sudoeste de Caracas).
O presidente da Venezuela enviou condolências aos parentes de Díaz e anunciou que vai convocar uma entrevista coletiva para revelar o que diz ser a verdade sobre o crime.
Segundo Nicolás Maduro, o país "está submetido a um processo de assédio imperialista, desde os Estados Unidos e seus aliados da direita internacional, apostando numa falência da Venezuela para pôr as mãos no poder político e nas riquezas".
De acordo com ele, a oposição "deve apresentar provas" ao Ministério Público de que simpatizantes do regime estariam envolvidos no crime.
Na noite dessa quarta, 25, Luis Manoel Díaz foi atingido por tiros em um comício organizado pela coligação da oposição Mesa de Unidade Democrática, em Altagracia de Orituco, que fica 160 quilômetros a sudeste de Caracas.
As primeiras versões, não oficiais, dão conta ele que estava em cima de um palco e teria sido atingido por um tiro disparado de uma viatura em movimento. No entanto, outras fontes indicam que um cidadão teria disparado contra um transformador elétrico e que após isso o dirigente opositor caiu no chão.
A oposição responsabilizou o governo venezuelano pelos ataques, enquanto porta-vozes do Partido Socialista Unido da Venezuela, no poder, prometem levar os responsáveis à Justiça e acusam a oposição de procurar gerar situações de violência para perturbar as eleições.
Cerca de 19,5 milhões de venezuelanos estão aptos a votar nas eleições de 6 de dezembro. Serão renovados os 167 lugares do Parlamento venezuelano, incluindo três representantes indígenas.
Agência Lusa
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