[dropcap]A[/dropcap] Apple informou, através de um comunicado divulgado nesta segunda-feira (1), que vai investigar o escândalo do vazamento de fotos íntimas de celebridades americanas. A empresa, porém, não admitiu que uma falha no sistema de arquivamento de dados iCloud tenha levado ao vazamento das imagens.
“Nós levamos a privacidade dos usuários muito a sério e estamos investigando ativamente o caso”, diz a empresa em comunicado. Suspeita-se que mais de 100 celebridades tiveram imagens íntimas roubadas.
Dentre as famosas que tiveram sua privacidade violada estão a atriz Kirsten Dunst (a Mary Jane na trilogia de 2002 a 2007 do “Homem-Aranha"), a modelo Kate Upton e a atriz Jennifeer Lawrence, protagonista de "Jogos Vorazes", que confirmou a autenticidade das imagens.
Segundo a pessoa que divulgou as fotos no fórum 4chan, o conteúdo havia sido coletado do iCloud. Para reforçar a teoria de uma falha de segurança no serviço da Apple, o site “The Next Web” reportou a existência de um script (código) que se aproveitava de uma brecha do Buscar iPhone, app para encontrar dispositivos perdidos.
Há outras hipóteses
Quem vazou as imagens pode ter conseguido controle sobre os celulares das vítimas ou invadido contas de e-mails. “Mas o mais provável é que o criminoso tenha acessado algum serviço de armazenamento”, diz Fábio Assolini, analista de vírus da empresa de cibersegurança Karspersky.
“Muita gente não se dá conta de que, quando você usa esses serviços, suas informações são armazenadas em outros lugares, sob o controle de terceiros.”
O código divulgado pelo “The Next Web” usa um método conhecido como “força bruta”, que testa repetidamente palavras e frases comuns para adivinhar a senha de uma conta cujo endereço de e-mail é sabido. Normalmente, algumas tentativas incorretas levam um serviço de internet a bloquear o acesso do invasor e alertar o dono da conta. Mas a falha no Buscar iPhone permitia quantas combinações fossem necessárias.
No Brasil
Em maio de 2012, Carolina Dieckmann foi chantageada por hackers que roubaram dezenas de fotos pessoais -algumas delas íntimas. Uma lei entrou em vigor quase um ano depois, criminalizando a invasão de dispositivos como celulares, tablets e smartphones.
Mas foi com o Marco Civil da Internet, sancionado em 2014, que a remoção imediata de imagens com nudez divulgadas na web se tornou obrigatória, independente de uma ordem judicial. “Mas dados do cadastro de um internauta só podem ser fornecidos mediante determinação de um juiz”, diz a advogada especializada em direito digital Patricia Peck.
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