O ministro da Saúde do Reino Unido, Matt Hancock, anunciou em 14 de dezembro que uma nova variação do coronavírus foi identificada na região. A variante, supostamente mais contagiosa, fez com que a Inglaterra decretasse novo lockdown no país. Após a medida, ao menos 52 países, incluindo o Brasil, restringiram vôos vindos do Reino Unido.
A nova cepa do Sars-Cov-2, nomeada como B.1.1.7 ou VUI–202012/01, contém 23 mutações em seu código genético e já foi detectada em 9 países até este sábado (26.dez.2020). Eis as nações que constataram a presença do vírus:
- França;
- Japão;
- Espanha;
- Dinamarca;
- Holanda;
- Austrália;
- Bélgica;
- Itália;
- Brasil.
Uma nova mutação, nomeada de 501.V2, caracterizada pelas mutações N501Y, E484K e K417N na proteína Spike, foi identificada por pesquisadores sul-africanos e relatada à Organização Mundial da Saúde (OMS), anunciou o ministro da Saúde da África do Sul, Zwelini Mkhize, em 18 de dezembro.
No Brasil, a mutação N501Y (da linhagem B.1.1.7) foi detectada em abril, segundo o Dr. Julian Tang, professor associado e clínico virologista da Universidade of Leicester: “Um exame do banco de dados de sequência GISAID SARS-COV-2 global mostra que esta mutação N501Y estava realmente circulando, esporadicamente, muito mais cedo no ano fora do Reino Unido: na Austrália em junho-julho, EUA em julho e no Brasil em abril, 2020. ”
A variante
De acordo com o governo britânico, a nova variante teria surgido em setembro, em Londres ou em sua região metropolitana. Estima-se que 60% dos casos detectados recentemente no país foram causados por essa variante.
Daniel Prieto Alhambra, professor da Universidade de Oxford, disse que uma possível mutação do vírus tem sido discutida no meio científico por 1 mês.
Segundo o cientista Vicente Lárraga Rodríguez, a mutação afeta “a proteína que o vírus usa para engajar e penetrar células humanas”, tornando-a mais contagiosa do que a cepa anterior.
Patrick Vallance, diretor científico do governo britânico, afirmou que a nova forma, conhecida como VUI 202012/01, poderia ser até 70% mais contagiosa, o que aumentaria a RT –a taxa de transmissão do vírus– em até 0,4%.
Isso não significa maior letalidade. No entanto, a rápida disseminação pode levar a um aumento significativo da pressão hospitalar e, assim, influenciar na taxa de mortalidade.
Os cientistas concordam que não haverá consequências na eficácia das vacinas já aprovadas, pois a mutação “não mudou a estrutura central do RNA do vírus”.
No entanto, a propagação mais rápida pode tornar necessário vacinar mais pessoas do que o planejado no 1º momento, para alcançar a chamada imunidade de rebanho.
Fonte: Poder360
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